Os serviços de inteligência militar russos planeavam levar a cabo um ciberataque aos Jogos Olímpicos de verão de 2020 e aos Jogos Paralímpicos de verão de 2020 em Tóquio, com o objetivo de perturbar o normal funcionamento do evento desportivo, avança o The Guaridan.
A estratégia consistia alegadamente em conduzir ataques informáticos contra os organizadores, os serviços logísticos e os patrocinadores, revela o Centro Nacional de Cibersegurança britânico. O Centro suspeita que para o ataque russo seriam criados sites falsos e que seria levada a cabo uma ação de “pear phishing”, que consiste na recolha de dados dos utilizadores. Seguidamente, os serviços russos iriam utilizá-los para semear a confusão na logística dos Jogos Olímpicos.
Na origem deste ciberataque, o centro britânico, que colaborou com serviços de inteligência norte-americanos, pensa que estará uma revanche contra a decisão do Comitê Olímpico Internacional, que baniu a Rússia de todos os eventos desportivos a nível mundial, após as autoridades russas terem sido acusadas de violar dados laboratoriais e ocultar testes positivos de doping, lembra o jornal britânico.
Rússia banida dos Jogos Olímpicos de 2020 e Mundial de 2022 por doping durante quatro anos
Dominic Raab, secretário das Relações Exteriores do Centro Nacional de Cibersegurança britânico, disse ao The Guardian que as “ações da Rússia contra os Jogos Olímpicos e Paralímpicos são cínicas e imprudentes” e que o centro condena a ação “nos termos mais fortes possíveis”. Raab garantiu ainda que o “Reino Unido continuará a trabalhar com os seus aliados para alertar e combater futuros ataques cibernéticos maliciosos”.
As autoridades britânicas esperam evitar semelhante ataque nos próximos Jogos Olímpicos e Jogos Paralímpicos, que foram adiados devido à pandemia de Covid-19 para os meses de julho e agosto de 2021. No entanto, o centro britânico considera que será difícil culpabilizar os serviços de inteligência russos pelo ataque de 2020, uma vez que toda a informação relativa ao ataque cibernético terá sido eliminada.
Não é a primeira vez que a Rússia é acusada de realizar um ataque informático conta este evento desportivo. Já na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018, na Coreia do Sul, avança o Centro Nacional de Cibersegurança britânico, os serviços de inteligência russos terão bloqueado o acesso ao site do evento, o que fez com que os espetadores não pudessem imprimir os bilhetes e não conseguissem entrar no local do evento. Além disso, os serviços russos terão desligado o wi-fi do local da cerimónia, o que trouxe ainda mais dificuldades logísticas.
A Rússia continua banida dos Jogos Olímpicos de 2021, mas os atletas de nacionalidade russa poderão competir como neutros, não podendo hastear a bandeira do país.