O secretário do Turismo e Cultura da Madeira disse esta quarta-feira que a região está “acima de qualquer média nacional” em termos turísticos, apesar da pandemia de Covid-19, porque conseguiu ganhar a confiança dos operadores e visitantes. Eduardo Jesus falava numa audição parlamentar, no Funchal, requerida pelo PS “sobre o processo de certificação de boas práticas em relação à gestão de riscos biológicos”.

Estamos acima de qualquer média nacional, quer em dormidas, quer em passageiros. Temos uma evolução no mercado nacional como mais ninguém tem, temos uma perda muito inferior nos mercados internacionais do que a grande maioria das regiões nacionais e, mesmo em perda, a Madeira, relativamente ao todo nacional, perde menos devido às medidas que tomou”, referiu.

O governante madeirense lembrou o controlo feito nos aeroportos e portos, a adoção do manual de boas práticas e da certificação no ramo da segurança dos riscos biológicos.

“Não há forma de recuperar a confiança se não contribuirmos para que as pessoas confiem no destino, no processo de viagem, nas autoridades do destino. Sem essa confiança não será possível retornar aos resultados antes da epidemia”, observou.

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Para Eduardo Jesus, o que importa é que a Madeira “ganhe alguma coisa” mesmo em “situação de ameaça”. A este propósito, lembrou algumas estatísticas do pós confinamento: em junho desembarcaram 6.000 pessoas, 33.500 em julho, 64.000 em agosto, 56.000 em setembro e 58.000 em outubro.

Tivemos uma evolução de hóspedes que começa nos 6.000 em junho e acaba nos 58.000 em outubro, começámos com 16.000 dormidas em junho para 271.000 dormidas em outubro e recuperámos a média, que era de dois dias para 4,5 dias”, revelou.

Segundo o secretário regional, foram entregues seis certificados do Madeira Destino Seguro, estando em curso 73 processos de candidatura. Desde o confinamento, a Associação de Promoção da Madeira desenvolveu 335 ações. “A certificação é vista pelos operadores como um grande ativo da Madeira”, acrescentou, contrariando as críticas do deputado socialistas Sérgio Gonçalves, que criticou que em seis meses a região só tenha atribuído seis certificados.

Eduardo Jesus lembrou que os certificados da região não estão disponíveis a um clique de computador, acrescentando que este “é um processo sério e rigoroso”. “É um processo que se vai fazendo ao longo do tempo”, concluiu.

Atualmente, o arquipélago assinala 169 infeções ativas, num total de 707 casos confirmados desde 16 de março. Dos 169 os casos positivos, 49 são importados e 120 de transmissão local, associados a 43 cadeias identificadas pelas autoridades de saúde.