Apenas um terço das empresas portuguesas estão a aplicar o teletrabalho, de acordo com um inquérito realizado pelo Ministério do Trabalho junto de mais de 10 mil empresas cujos resultados surgem esta quinta-feira nas páginas do jornal Público.

Feito pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, o inquérito procurou perceber junto das empresas portuguesas se estavam a aplicar o regime de teletrabalho na semana de 16 a 30 de novembro, após a aprovação da obrigatoriedade do teletrabalho nos concelhos de risco. Pode consultar aqui as medidas em vigor em cada um dos concelhos do país.

213 concelhos na lista de risco elevado. Veja que medidas se aplicam ao local onde vive

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Chegaram ao Governo as respostas de 10.300 empresas.

O inquérito concluiu que um terço das empresas estavam em regime de teletrabalho, enquanto dois terços não tinham recorrido àquela ferramenta apesar de ser obrigatória.

O regime de teletrabalho foi mais cumprido pelas empresas de grande dimensão do que pelas pequenas empresas: 87% das empresas com mais de 500 trabalhadores recorreram ao teletrabalho, contra apenas 24% entre as empresas mais pequenas (com menos de 10 trabalhadores).

Mesmo entre as empresas que dizem recorrer ao teletrabalho, não é a maioria dos trabalhadores que está nesse regime — apenas uma média de 31%, diz o Público.

Na área metropolitana de Lisboa, 32% das empresas estão em teletrabalho. Na região do Porto, são 22%. É naquelas duas áreas metropolitanas que se concentra a grande maioria das empresas portuguesas que estão em regime de teletrabalho. Sem surpresa, é entre as empresas que operam nas áreas dos serviços de informação, consultoria e programação informática e telecomunicações que o teletrabalho está a ser mais adotado.

Nos concelhos de risco mais elevado, o teletrabalho é atualmente obrigatório ao abrigo do estado de emergência, como forma de conter a difusão da pandemia de Covid-19. É necessário que as empresas apresentem uma comunicação por escrito com a fundamentação devida caso entendam que não estão reunidas as condições para o teletrabalho — e os trabalhadores podem pedir a intervenção da ACT caso não concordem.

Segundo o Público, não há ainda informações relativas ao número de intervenções da ACT neste assunto.