O plano de investimentos apresentado pela EDP Distribuição para os próximos cinco anos, no valor de 1008 milhões de euros, terá um efeito negativo nos custos que serão passados para os consumidores, com aumentos nas tarifas de uso e acesso às redes. O parecer da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) considera que “na atual conjuntura económica, decorrente da crise provocada pela Covid-19, não é razoável que o investimento proposto possa conduzir a um aumento de custos para os consumidores.”

A ERSE sublinha que o investimento a concretizar ao longo dos 5 anos do horizonte do plano deve ser neutro em termos de impacto tarifário. O que nas contas do regulador só pode ser atingido se o valor investido for reduzido em 119 milhões de euros, o que representa um corte de 11,8% no valor proposto pela empresa.

Os investimentos feitos pela EDP Distribuição são remunerados através das tarifas da eletricidade e quando mais avultados forem, maior a pressão no preço. Mas o regulador pode conclui que o retorno obtido com esses investimentos é mais favorável do que prejudicial ao consumidor. O plano proposto pela EDP para o horizonte 2021/2025 representa um “um crescimento muito significativo face ao histórico dos últimos 10 anos (mais 30%)”. Com a queda do consumo de eletricidade este ano, a ERSE considera que se deve ter como referência a procura de 2019.

A ERSE recomenda assim à EDP que reformule a proposta no sentido de a reduzir para 889 milhões de euros, ponderando a circunstância de que para o primeiro ano deste plano, 2021, estão aprovados investimentos de 145 milhões de euros resultantes do plano anterior.

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