O líder da Iniciativa Liberal (IL) criticou este sábado o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, “um “baluarte do sistema”, e atacou André Ventura, do Chega, que apelidou de “catavento do sistema” que diz “tudo e o seu contrário”.
No encerramento, via videoconferência, da V convenção dos liberais, que decorreu em modo digital, João Cotrim Figueiredo fez críticas a Marcelo Rebelo de Sousa por, no primeiro mandato, nos últimos cinco anos, apenas se preocupar “com a reeleição”.
“Nem que, para isso, tenha sido muleta do Governo do PS”, disse.
André Ventura, líder e deputado do Chega, foi apelidado de “catavento do sistema”, que “diz e fará tudo e o seu contrário para alcançar o poder”.
João Cotrim Figueiredo disse que a visão de Ventura “não é de um Portugal liberal” e apresentou Tiago Mayan, o candidato da IL, como “uma alternativa” nas eleições presidenciais de 24 de janeiro de 2021.
São oito os pré-candidatos a Belém: a ex-eurodeputada do PS Ana Gomes, o deputado do Chega André Ventura, o eurodeputado do PCP João Ferreira, o atual Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, a deputada ao Parlamento Europeu do BE Marisa Matias, o empresário Paulo Alves, o advogado e dirigente da Iniciativa Liberal Tiago Mayan e Vitorino Silva, calceteiro e ex-presidente da Junta de Freguesia de Rans, Penafiel.
Alerta contra extremismos em Portugal
O líder da IL alertou contra o aparecimento dos extremismos em Portugal, o que “não é mau, é péssimo”, e avisou que o partido não troca o princípio contra discriminações por lógicas eleitorais.
No encerramento, João Cotrim Figueiredo recusou “ceder” a fenómenos associados a esse extremismo surgido nos últimos tempos na vida política e que “contribuem para uma estratégia do PS que visa eternizar-se no poder como se não houvesse alternativa”
E, sem nunca mencionar diretamente o Chega, o partido populista e de extrema-direita que elegeu um deputado, Cotrim Figueiredo afirmou ainda que a IL “não ajudará que eleitores sejam olhados como deploráveis”, numa referência à forma como eram tratados, nos Estados Unidos, os eleitores de Donald Trump pela candidata derrotada nas presidenciais de 2016, a democrata Hillary Clinton.
No seu discurso, de menos de 20 minutos, o líder e deputado da IL reafirmou a “posição de princípio” de “total repúdio de todas as formas de discriminação que ferem a essência da crença liberal na individualidade e dignidade de cada ser humano”, baseadas “na raça, no sexo, na etnia ou na religião”.
“Esta posição de princípio não é negociável em qualquer contexto pré ou pós-eleitoral”, afirmou.
Os últimos anos e eleições, disse, resultaram em “mudanças no xadrez político”, em que o “voto útil é mais inútil, o que é bom e clarifica a escolha das pessoas”, mas também “deu lugar a extremismos, o que não é mau, é péssimo”.
A Iniciativa Liberal elegeu pela primeira vez um deputado à Assembleia da República nas legislativas de 2019.