O presidente do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, considerou este domingo que o Orçamento Regional para 2021 “uma desilusão”, porque o Governo Regional não corta nas “despesas desnecessárias”.

“Temos um orçamento de desilusão e sem nenhuma novidade, apesar do acréscimo de verbas um orçamento grande não é um grande orçamento”, disse numa iniciativa política.

Para o líder do PS madeirense, a pandemia devia ser aproveitada pela região para dar “um salto em frente, com novas ideias e novas soluções”, mas o Governo Regional “não apresenta nenhuma novidade e está agarrado aos velhos problemas”.

Este orçamento não está a cortar nas gorduras, ou seja, em despesas que são desnecessárias. Temos de cortar naquilo que não faz falta para dar a quem mais precisa”, declarou.

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Paulo Cafôfo defendeu um corte nas assessorias e nos cargos de nomeação do Governo Regional, alertando que “este é o maior executivo de sempre e, apesar de não dar respostas aos problemas, já nomeou, até à data, mais de 500 pessoas”.

“Este orçamento tem mais de 20 milhões de euros em despesas com pessoal, sendo que grande parte destes gastos têm a ver com estes lugares que são para saciar as clientelas partidárias“, criticou.

Apontou ainda que as sociedades de desenvolvimento são “autênticos sorvedouros de dinheiro”, nas quais, em plena pandemia, foram injetados mais 28 milhões de euros.

“Temos de extingui-las e o Governo Regional assumir o passivo e vender os seus ativos, ou dá-los às câmaras municipais para gestão”, sustentou.

O deputado socialista à Assembleia Legislativa defendeu ainda a renegociação das parcerias público-privadas, concretamente as concessões da Via Expresso e da Vialitoral, que permitiria originar poupanças de cerca de 25 milhões de euros.

“Precisamos de outro enquadramento para o orçamento, de cortar em despesas supérfluas para ajudar quem mais precisa e estas serão propostas que o PS irá apresentar na especialidade para melhorar este documento”, vincou.

Apesar destas críticas, o PS-M já anunciou que irá abster-se na votação na generalidade do Orçamento Regional para 2021, mas espera que a maioria possa aprovar as alterações que irá apresentar na especialidade.

“Nós assumimos a nossa responsabilidade, numa postura de abstenção. Este não é o nosso orçamento, claramente. Mas, não sendo o nosso orçamento, não vamos obstaculizar, da mesma forma que queremos que haja uma abertura por parte do PSD e do CDS para fazerem passar um conjunto de propostas que iremos apresentar em especialidade”, concluiu.

As propostas de Orçamento Regional (2.033 milhões de euros) e do Plano e Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração da Região -PIDDAR (800 milhões de euros) são discutidas entre 15 e 18 de dezembro na Assembleia Legislativa.