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Daniel, o novo príncipe da dinastia de Bragança que desatou um nó que estava bem amarrado (a crónica do Sporting-Mafra)

Este artigo tem mais de 3 anos

Jogo contra o Mafra esteve complicado mas acabou desbloqueado por um passe magistral de Daniel Bragança, um dos melhores em campo. Sporting venceu e segue em frente na Taça da Liga (2-0).

O médio de 21 anos foi titular naquele que foi o segundo onze mais jovem da era de Amorim em Alvalade
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O médio de 21 anos foi titular naquele que foi o segundo onze mais jovem da era de Amorim em Alvalade

LUSA

O médio de 21 anos foi titular naquele que foi o segundo onze mais jovem da era de Amorim em Alvalade

LUSA

Esta terça-feira, em Alvalade, Sporting e Mafra encontravam-se apenas pela segunda vez na história. Para encontrar a primeira, na cronologia, é preciso recuar mais de 10 anos, até janeiro de 2010 e até aos oitavos de final da Taça de Portugal dessa temporada. Na altura, os leões de Carlos Carvalhal receberam o conjunto lisboeta e o atual treinador do Sp. Braga deixou João Pereira, João Moutinho, Hélder Postiga e Liedson no banco. A história do jogo, porém, tornou-se memorável.

Aos 80 minutos, o Sporting goleava por 4-1: Matías Fernández inaugurou o marcador de grande penalidade, Zhang ainda empatou mas golos de Daniel Carriço, Carlos Saleiro e Yannick Djaló pareciam ter assegurado o apuramento leonino. Nos últimos quatro minutos, porém, tudo ficou mais dúbio. O mesmo Zhang, que em Portugal jogou ainda no União de Leiria e no Beira-Mar, fez mais dois golos, chegou ao hat-trick em Alvalade e ainda ameaçou o Sporting, que acabou por garantir a vitória. Nesse ano, os leões foram eliminados na ronda seguinte pelo FC Porto, que acabou por conquistar o troféu. 10 anos depois, Zhang tem 31 e está no Hebei China Fortune, da China, depois de ainda ter passado por Espanha através do Rayo Vallecano.

Ficha de jogo

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Sporting-Mafra, 2-0

Quartos de final da Taça da Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Tiago Martins (AF Lisboa)

Sporting: Maximiano, Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio, Borja, Gonzalo Plata, Matheus Nunes (João Mário, 63′), Daniel Bragança, Antunes (Nuno Mendes, 45′, João Palhinha, 75′), Tiago Tomás (Tabata, 45′), Sporar, Pedro Gonçalves (Pedro Porro, 75′)

Suplentes não utilizados: Adán, Luís Neto, Coates, Nuno Santos

Treinador: Emanuel Ferro (Rúben Amorim está castigado)

Mafra: Carlos Henriques, João Miguel, Miguel Lourenço (Andrezinho, 75′), Cuca, Gui Ferreira (Nuno Campos, 84′), Rodrigo Martins (Kaká, 75′), João Graça (João Cunha, 75′), Tomás Domingos, Carlos Daniel (Ismael, 61′), Camará, Okitokandjo

Suplentes não utilizados: Godinho, Barbosa, Lee, Moura

Treinador: Filipe Cândido

Golos: Sporar (64′), Tabata (70′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Miguel Lourenço (29′), a Camará (40′), a João Graça (58′), a Okitokandjo (72′)

Uma década volvida e este Sporting é bastante diferente do Sporting que em 2010 era comandado por Carlos Carvalhal. Com Rúben Amorim ao leme, os leões estão na liderança da Primeira Liga ainda sem qualquer derrota e têm aproveitado o afastamento embrionário das competições europeias para lutar pelos três títulos internos. E foi precisamente essa a ideia que o treinador português, ainda castigado depois da expulsão em Famalicão e ainda afastado do banco de suplentes, deixou na conferência de imprensa de antevisão à receção ao Mafra para os quartos de final da Taça da Liga.

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“A nossa forma de olhar para as coisas é jogo a jogo, mas as taças são realmente assim, eliminando uma equipa a cada jogo, e nesse aspeto somos claros: queremos conquistar a Taça de Portugal, queremos conquistar a Taça da Liga e no Campeonato vamos jogo a jogo, sabendo que vamos ter altos e baixos ao longo da época”, disse Amorim. Ora, com este encontro, arrancava a Taça da Liga: uma versão de bolso da Taça da Liga, por assim dizer, que teve de ser readaptada em função da pandemia. Face ao calendário sobrecarregado, principalmente para as equipas que disputam as competições europeias, a Liga optou por limitar a prova aos quartos de final e à final four, onde competem aqueles que, no final de novembro, estavam nos seis primeiros lugares da Primeira Liga e nos dois primeiros lugares da Segunda Liga. Ou seja, e em resumo, o Sporting, o Benfica, o FC Porto, o Sp. Braga, o Estoril e o Mafra.

Assim, e depois de uma das exibições mais positivas da temporada contra o P. Ferreira, na passada sexta-feira e a contar para a Taça de Portugal, Rúben Amorim fez o que não tinha feito nessa partida e mexeu em praticamente todos os setores do onze inicial. Luís Maximiano era o titular na baliza, Gonçalo Inácio, Eduardo Quaresma e Borja formavam o trio defensivo, Matheus Nunes e Daniel Bragança eram os elementos centrais do meio-campo e Antunes e Gonzalo Plata eram os responsáveis pelos corredores. No ataque, Sporar era a peça mais destacada, Tiago Tomás atuava na direita e Pedro Gonçalves, regressado depois de cumprir castigo contra o P. Ferreira, estava no lado contrário. No banco, todos os habituais titulares: Adán, Coates, Porro, Nuno Mendes, Luís Neto, Palhinha, João Mário e Nuno Santos, sendo que Feddal nem sequer aparecia na ficha de jogo.

Numa primeira parte que acabou sem golos, o Sporting acabou por ter várias dificuldades para dominar por completo a partida. Os leões apresentavam-se da forma habitual, não só a nível tático como a nível estratégico: o jogo desenrolava-se a partir do setor defensivo, de forma a chamar a equipa adversária, e acelerava na zona do meio-campo para romper pelos espaços disponíveis. Espaços que até existiam, porque os dois centrais do Mafra não eram exímios a tapar o corredor central e abriam corredores na distância para os alas, deixando Pedro Gonçalves, Tiago Tomás e Sporar com alguma liberdade para atuar.

Ainda assim, a equipa de Filipe Cândido defendia bem. Sporar teve o primeiro remate do jogo logo nos instantes iniciais, depois de um desequilíbrio de Antunes na esquerda (2′), mas o Sporting foi para o intervalo sem qualquer oportunidade clara de golo. Daniel Bragança rematou ao lado (14′), Pedro Gonçalves bateu um livre perigoso contra a barreira (30′), Sporar atirou contra o defesa adversário numa altura em que estava em posição frontal para a baliza (37′) e Gonzalo Plata acelerou na direita mas não conseguiu cruzar com sucesso (37′). O maior domínio leonino fez-se sentir nos últimos dez minutos da primeira parte, altura em que o Mafra recolheu por completo ao próprio meio-campo e deixou de procurar as costas da defesa adversária, algo que ainda tentou fazer com regularidade nos primeiros 20 minutos, com passes em profundidade que tiveram pouco sucesso.

No fim da primeira parte, ficava a ideia de que o Sporting era claramente melhor, a nível coletivo e individual, mas que este grupo de jogadores que esta terça-feira alinhava de início não está ainda rotinado e habituado a jogar em conjunto. Faltava instinto, criatividade e ideias; e o Mafra, obviamente, tinha o mérito de manter a compostura e não cometer erros desnecessários. Talvez por isso, logo no arranque da segunda parte, os leões sofriam duas alterações: saíam Antunes e Tiago Tomás, entravam Nuno Mendes e Tabata. Ou seja, um jogador que é naturalmente e obviamente titular e um outro jogador que na passada sexta-feira, contra o P. Ferreira, encaixou que nem uma luva nas dinâmicas de Amorim e ainda marcou um grande golo.

O Mafra foi o primeiro a criar perigo no segundo tempo, através de um livre direto de Guilherme Ferreira que foi não só o primeiro remate da equipa de Filipe Cândido como passou muito perto da baliza de Max (48′). Logo depois, o Sporting respondeu por intermédio de Bruno Tabata, que surgiu quase isolado na direita, dentro da grande área, e rematou ao poste à saída do guarda-redes Carlos Henriques (52′). João Mário entrou nos leões já depois da hora de jogo, para a saída de Matheus Nunes, e acabou por dar os primeiros passos no relvado enquanto assistia ao golo que desbloqueou o marcador.

Daniel Bragança desequilibrou por completo a defesa do Mafra com um passe perfeito da direita para a esquerda e encontrou Nuno Mendes na grande área. O ala cruzou de primeira e deu para Sporar, que na pequena área e também ao primeiro toque desviou para abrir o marcador (64′). O passe do médio formado nos leões, que foi esta terça-feira titular pela primeira vez, acabou por ser o catalisador para uma vitória que estava muito complicada para o Sporting. Logo depois, e na consequência de algum desnorte no Mafra provocado pelo golo sofrido, Gonzalo Plata inventou um lance na direita, tirou um adversário da frente com um pormenor delicioso e cruzou atrasado; Bruno Tabata, sozinho na grande área, cabeceou para marcar pelo segundo jogo consecutivo (70′) e já tem mais golos nos leões do que em toda a temporada passada com o Portimonense (marcou apenas um em 31 jogos).

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Sporting-Mafra:]

A um quarto de hora do final, Nuno Mendes saiu ao fim de 20 minutos em campo — o que pode indicar alguma poupança do jogador português, que já teve problemas físicos esta temporada — e deixou entrar Pedro Porro. Simultaneamente, João Palhinha substituiu Pedro Gonçalves, que esteve algo discreto, e o Mafra respondeu com uma tripla alteração que mexeu com o jogo: Andrezinho, um dos elementos lançados por Filipe Cândido, rematou por cima depois de um cruzamento vindo da esquerda (80′) e teve nos pés a melhor oportunidade de um período de cinco minutos em que os visitantes dominaram em Alvalade.

Contra um Mafra que se apresentou em Alvalade sem qualquer receio e poderia ter saído do jogo com um resultado bem diferente, o Sporting venceu principalmente graças a uma segunda parte positiva em que a equipa cresceu com as alterações feitas ao intervalo. Sporar abriu o marcador, Bruno Tabata marcou pelo segundo jogo seguido e Gonzalo Plata (que saiu com dificuldades físicas) esteve em bom plano: mas o destaque da noite tem de ir para Daniel Bragança. O médio de 21 anos foi sempre competente na primeira parte, evoluiu com o grupo na segunda e tornou-se o elemento mais importante do meio-campo. O passe que abriu caminho para o primeiro golo desbloqueou por completo a partida e deu início à história de Daniel, o novo príncipe da dinastia de Bragança.

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