O Governo angolano vai criar e financiar até 90% de cerca de 5.000 estágios profissionais em empresas para os jovens, no âmbito do Plano de Ação para a Promoção da Empregabilidade (PAPE), disse esta quarta-feira, 16 de dezembro, fonte oficial.

Segundo Gorete Leitão, consultora do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social angolano, a criação de estágios profissionais constitui um dos propósitos do PAPE, cuja nova estratégia de implementação foi aprovada em agosto passado.

A responsável, que falava esta quarta-feira (16) em Luanda, em representação do secretário de Estado para o Trabalho e Segurança Social, deu conta que o PAPE prevê apoiar 52.000 empreendedores até 2022 e formalizar 30.000 atores do setor informal.

Gorete Leitão apresentava as oportunidades para os jovens empreendedores no quadro da implementação do PAPE, durante um “Encontro com os Jovens Empresários e Empreendedores”, que abordou as iniciativas setoriais de apoio ao empresariado e empreendedorismo juvenil.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Fomentar o empreendedorismo no seio dos jovens, “nos domínios técnico-profissional e de gestão de pequenos negócios, e contribuir para o processo de promoção da inclusão financeira, fiscal e social da juventude”, constituem os objetivos do PAPE.

A técnica governamental sublinhou que este programa, lançado em abril pelo Presidente angolano, João Lourenço, tem igualmente como meta a formação profissional de 60.000 jovens no quadro do fomento e promoção da empregabilidade.

“Vamos ainda reconstruir e reabilitar alguns centros profissionais a nível do país que não estejam em condições”, apontou.

O Orçamento Geral do Estado e o Fundo do Petróleo são algumas fontes de financiamento do PAPE.

Já o secretário de Estado para a Juventude, Fernando Francisco João, disse, na abertura do encontro, que o Estado angolano “tem apostado de forma firme” na promoção do empresariado e empreendedorismo juvenil, como mecanismos viáveis para a “melhoria dos níveis de emprego da juventude”.

“Como o demonstram os diversos programas criados com o objetivo de envolver os jovens na resolução dos seus problemas económicos e sociais por via da criação de novos conceitos de negócio, novas ideias e aproveitamento do potencial que o país tem”, afirmou.

Angola continua a registar uma elevada taxa de desemprego que afeta sobretudo jovens, que nos últimos tempos promovem manifestações exigindo mais emprego e melhores condições de vida.

Além da crise económica, financeira e cambial que Angola vive, desde finais de 2014, em consequência da queda do preço do petróleo no mercado internacional, a situação, segundo as autoridades, também foi agravada pela pandemia de covid-19.

Na campanha eleitoral para as eleições de 2017, o candidato João Lourenço, atual Presidente de Angola, prometeu criar 500 mil novos empregos até ao final da legislatura, em 2022.

O encontro foi promovido pelo Ministério da Juventude e Desportos angolano.