O Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) disse esta terça-feira, no Porto, que a Força de Reação Imediata portuguesa colaborou numa “missão difícil” na República Centro-Africana que envolveu “contactos de fogo com alguma intensidade”, mas “sem baixas”.

O comandante da operação das Nações Unidas determinou que a nossa Força de Reação Imediata fosse restabelecer a liberdade de circulação. [A Força de Reação Imediata portuguesa], cumpriu a sua missão com a competência habitual, aconteceram contactos de fogo com alguma intensidade em alguns momentos, mas as forças foram neutralizadas sem baixas da nossa parte”, disse o almirante António Silva Ribeiro.

O CEMGFA acrescentou que “todos os militares portugueses regressaram a Bangui [capital e a maior cidade da República Centro-Africana] onde estão bem de saúde e muito empenhados e motivados a cumprir a missão”.

O almirante, que falava aos jornalistas à margem de uma sessão de cumprimentos de Boas Festas que decorreu no polo do Porto do Hospital das Forças Armadas (HFAR), descreveu que “o que tem acontecido é que pela valia e competência dos militares portugueses, normalmente são empenhados nas missões mais difíceis”.

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“Um grupo de indivíduos de grupos armados estava a dirigir-se por um dos itinerários principais para a cidade de Bangui e estava a dificultar o normal abastecimento da cidade e a circulação de pessoas e bens. [A Força de Reação Imediata portuguesa] foi chamada e cumpriu”, acrescentou o CEMGFA.

O jornal i noticiou esta terça-feira que o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, confirmou combates de militares portugueses na República Centro-Africana.

De acordo com o i, a Força de Reação Rápida portuguesa protegeu uma estrada crucial em Bossembélé, onde um antigo Presidente é acusado de juntar um exército rebelde.

O i descreve que vários grupos rebeldes se uniram e avançaram sobre os arredores da capital centro-africana, Bangui e depararam-se com as forças da Missão Multidimensional das Nações Unidas para a Estabilização (MINUSCA), a missão de manutenção da paz das Nações Unidas no país.

“Houve situações de contacto com grupos armados que foram rapidamente resolvidas sem quaisquer baixas ou dificuldades da parte do contingente português”, disse João Gomes Cravinho.

O ministro fez no fim de semana uma visita de dois dias a missões das Forças Armadas na República Centro-Africana, em São Tomé e Príncipe e no Mali.

No sábado, o ministro da Defesa começou por visitar em Bangui a missão militar portuguesa na República Centro-Africana, país que vive desde dezembro de 2012 em clima de guerra civil e que terá eleições presidenciais e legislativas no próximo dia 27.

Portugal tem atualmente na República Centro-Africana 243 militares, dos quais 188 integram a Missão Multidimensional das Nações Unidas para a Estabilização (MINUSCA) e 55 participam na missão de treino da União Europeia (EUTM), esta última liderada por Portugal até setembro de 2021.