O centro da Croácia foi esta quarta-feira, 30 de dezembro, atingido por novos terramotos, um dia depois de registar um violento sismo que provocou pelo menos sete mortos, vários feridos, danificou centenas de casas e privou bairros inteiros de eletricidade. As autoridades do país apresentaram um pedido de assistência internacional e Portugal já respondeu que está disponível para enviar ajuda.

Fotos. “Não há nenhuma casa que não tenha sido danificada”. Sismo na Croácia vitima sete pessoas, uma das quais uma criança de 12 anos

De acordo com o Instituto norte-americano de Geofísica (USGS), dois terramotos de magnitude 4,8 e 4,7 na escala de Richter, atingiram, cerca das 05h15 (hora de Lisboa) a região de Sisak, a sudeste de Zagreb, com alguns minutos de intervalo, mas não foram noticiados os danos causados.

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Esta região, e em particular a localidade de Petrinja — a cerca de 50 quilómetros da capital —, ainda estava em choque depois do tremor de terra de magnitude 6,4 registado na terça-feira e sentido em países vizinhos. 

Muitos passaram a noite em tendas, carros ou em quartéis militares e, esta quarta-feira 30 de dezmbro de manhã, os jornais croatas anunciavam manchetes como “Terror em Petrinja”. As equipas de resgate trabalharam arduamente durante a madrugada para procurar possíveis sobreviventes nas ruínas dos muitos prédios que desabaram pela violência do terramoto.

Para já, o balanço do sismo principal dá conta de sete mortos, entre os quais uma menina de 13 anos que morreu quando um prédio caiu enquanto caminhava pela rua em Petrinja, segundo a imprensa local. Além disso, cinco homens morreram na aldeia vizinha de Majske Poljane, perto de Glina, disse a vice-presidente da câmara, Branka Baksic Mitic, e a sétima vítima foi encontrada sob os escombros de uma igreja na aldeia de Zazina.

Segundo o padre local, citado pela agência Hina, a vítima foi o organista, que tinha ido reparar o órgão danificado por um terramoto anterior. O sismo provocou também cerca de 20 feridos, avançou a polícia croata, referindo que as equipas de resgate vasculharam mais de 80 vilas na região sem encontrar novas vítimas.

Centenas de edifícios, entre casas, prédios administrativos e escolas, ficaram danificados e as áreas de Petrinja e de Sisak ainda estavam sem eletricidade hoje de manhã.

O Governo croata deverá reunir-se esta quarta-feira para determinar a assistência a ser dada à região atingida, devendo contar com a presença do responsável pela gestão de crises da União Europeia, Janez Lenarcic. Bruxelas vai enviar ajuda, como “tendas de inverno, aquecedores elétricos, camas e sacos de dormir, bem como contentores que podem ser usados como abrigos”, afirmou Lenarcic numa mensagem divulgada no Twitter.

Portugal “disponível” para enviar ajuda

O país, através da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), “está disponível para enviar ajuda à Croácia“, segundo um comunicado desta quarta-feira do Ministério da Administração Interna (MAI).

As autoridades croatas ativaram o Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia e apresentaram um pedido de assistência internacional “baseado em material e equipamento de apoio“, como camas de campanha, geradores, tendas, sacos-cama, iluminação de emergência e aquecedores. A ANEPC informou o Mecanismo que está “em condições de disponibilizar, no imediato, 500 camas de campanha e, em caso de necessidade, elementos certificados para a coordenação operacional e dois módulos de busca e salvamento em ambiente urbano, da Guarda Nacional Republicana e do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, num total aproximado de 80 elementos”.

“Portugal mantém-se em contacto com o Centro de Coordenação de Resposta a Emergências, em Bruxelas, para acompanhar o desenvolvimento das ações de avaliação em curso na área afetada e para desencadear os procedimentos de envio da ajuda logo que as autoridades croatas manifestem a sua aceitação junto do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia”, lê-se ainda no comunicado.