João Ferreira voltou à Voz do Operário, onde lançou a candidatura à Presidência da República para ouvir algumas intervenções daqueles que foram afetados pelo “velho sonho liberal de deixar ao mercado a solução de problemas”, na área da habitação. Depois dos lamentos daqueles que foram despejados ou deixaram de ter capacidade económica para pagar as elevadas rendas que se praticam na capital portuguesa, João Ferreira deixou críticas aos anteriores Presidentes da República que não contrariaram as “políticas erróneas, ao nível dos solos, da gestão da habitação”. E nesta gestão João Ferreira incluiu o arrendamento e a famosa “lei dos despejos”. Na última ação do dia haveria de surpreender, uma vez mais através da Constituição. Para cada jovem presente no Mercado do Forno do Tijolo, em Lisboa, havia um exemplar da Constituição. “Juventude está presente, João a presidente”, gritavam os jovens, naquela que foi a ação mais entusiasta desde o início da campanha.
Frente a quem lamentava a dificuldade sentida, em Lisboa, na área da habitação, João Ferreira afirmou que o Presidente da República “deve usar todos os seus poderes e influência para salientar a urgência de uma nova lei” da habitação. “Em sintonia com os vistos gold criou-se a tal tempestade perfeita de desregulamentação do mercado de arrendamento, de favorecer o investimento financeiro do setor imobiliário conduzindo a uma catástrofe para milhares de famílias”, recordou o candidato à presidência para depois deixar claras algumas opções dos últimos Presidentes da República. João Ferreira frisou ainda que, mesmo consciente que não é o Presidente da República que governa ou faz as leis, “não pode ser alheio a esta realidade” já que é ao Presidente que cabe a tarefa de “promulgar, vetar ou pedir a fiscalização” ao Tribunal Constitucional.
O candidato voltou aos artigos inscritos na Constituição para recordar que o direito à habitação lá está consagrado (caso alguém tivesse dúvidas). “É um preceito constitucional, bem vertido na recentemente aprovada na lei de bases da habitação, mas bem diversa é a realidade vivida por muitos portugueses”, disse atirando o problema para longe das limitações físicas: “O parque habitacional de Portugal ultrapassa em 700 mil fogos o número de famílias”. O argumento da falta de infraestruturas não colhe junto do candidato apoiado pelo PCP e PEV que considera que o Presidente deve exercer a sua magistratura de influência para “exigir políticas que combatam a especulação imobiliária”.
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