Se as eleições presidenciais tivessem sido realizadas entre 11 e 14 de janeiro, Marcelo Rebelo de Sousa teria 63% dos votos, de acordo com a sondagem da Universidade Católica para o Público e a RTP, que reuniu 2001 inquéritos válidos por chamada de telemóvel. Uma vitória que dispensaria uma segunda volta, apesar de o presidente candidato ter perdido cinco pontos face à anterior sondagem, de dezembro.

Marcelo Rebelo de Sousa não só é o candidato com mais votos, como é o mais transversal. Merece a confiança de 71% dos inquiridos do PSD e outros tantos do CDS, mas há também 67% de eleitores socialistas, 44% do PAN e até 29% do BE e 16% da CDU.

Em segundo lugar surge Ana Gomes, com 14%, mais um ponto percentual do que em dezembro e quatro de vantagem sobre André Ventura, que tem 10% (mais dois pontos do que a anterior sondagem). Enquanto Ana Gomes vai buscar o apoio a eleitores de vários partidos (28% dos votantes no PAN, 24% dos bloquistas, 18% entre socialistas, 16% dos comunistas e até 10% entre liberais), André Ventura é sobretudo o candidato do Chega (86% dos que votam neste partido), tendo ainda 14% dos apoiantes do CDS, 7% entre eleitores do PAN e 6% do PSD.

Bem abaixo nas intenções de voto estão João Ferreira, que mantém 5% e Marisa Matias, que desce de 5% para 3%. O Público sublinha, no entanto, que o trabalho de campo da sondagem foi feito antes da polémica dos lábios vermelhos.

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Se a eleição fosse entre 11 e 14 de janeiro — e apenas para votantes do Bloco de Esquerda — Marisa Matias venceria, mas por muito pouco, com 31%. São apenas mais dois pontos do que Marcelo Rebelo de Sousa (29% de apoio entre bloquistas) e sete pontos a mais do que Ana Gomes (24%).

João Ferreira também não merece a preferência de todos os comunistas, mas, ao contrário de Marisa Matias, ainda consegue convencer mais de metade (54%). A maioria dos restantes apoiantes da CDU dispersam-se por Marcelo Rebelo de Sousa (16%) e Ana Gomes (16%).

Por fim, Tiago Mayan Gonçalves sobe para 3% (tinha 1% em dezembro) e Vitorino Silva (“Tino de Rans”) fica nos 2%.

Ventura é o candidato mais rejeitado

Num outro barómetro desta manhã, sobre a popularidade dos candidatos (e não as intenções de voto), Marcelo Rebelo de Sousa é também, de longe, o que mais convence os eleitores (66%), enquanto personalidade e no que defende para o país. O trabalho da Aximage para Jornal de Notícias, Diário de Notícias e TSF mostra que se seguem Ana Gomes (24%), Marisa Matias (22%), Vitorino Silva (18%), João Ferreira (14%), André Ventura (12%) e Tiago Gonçalves (11%).

No extremo oposto, 65% dos eleitores não gostam do candidato André Ventura nem das suas políticas, o que não tem comparação com nenhum outro candidato. Tiago Mayan desagrada a 35% dos eleitores, seguindo-se João Ferreira (34%), Ana Gomes (32%), Marisa Matias (29%), Vitorino Silva (26%) e Marcelo Rebelo de Sousa, que é totalmente rejeitado por apenas 8% dos eleitores.

Vitorino Silva é o candidato em que há maior diferença de perceção entre a personalidade e as suas políticas. Quase um terço de todos os eleitores (30%) dizem gostar de “Tino de Rans”, mas não do que defende. Marisa Matias é a segunda candidata a motivar o mesmo tipo de resposta (23% dos eleitores), seguida de Marcelo Rebelo de Sousa (17%), João Ferreira (16%), Ana Gomes (15%), Tiago Mayan (10%) e André Ventura (8%).