Oitenta e quatro reclusos e 20 trabalhadores do Estabelecimento Prisional de Caxias testaram positivo à covid-19, informou hoje a direção-geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) após uma operação na qual foram realizados 400 testes rápidos.

Num comunicado enviado à agência Lusa, a DGRSP especifica que os reclusos, “não obstante se encontrem genericamente assintomáticos”, estão internados num espaço celular do Estabelecimento Prisional de Caxias “devidamente separados e isolados da restante população prisional e sob acompanhamento permanente de profissionais de saúde”. Quanto aos trabalhadores, a mesma entidade refere que estão nos respetivos domicílios.

Em causa está uma operação de testagem geral levada a cabo neste estabelecimento prisional do distrito de Lisboa, a qual se traduziu em 400 testes rápidos a todos os trabalhadores e reclusos de Caxias.

Esta operação “implicou uma grande mobilização logística e concretizou-se exclusivamente com meios próprios da DGRSP”, lê-se no comunicado que explica, também, que a medida foi encetada depois de terem sido comunicados 11 casos positivos à covid-19 por parte de trabalhadores.

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A DGRSP aponta que, conforme determina o plano de contingência, “foram reforçados os procedimentos sanitários e de segurança que implicam o fim das atividades comuns, incluindo visitas, o incremento da monitorização da saúde dos reclusos e a imposição de máscara cirúrgica aos trabalhadores e reclusos em todos os momentos e espaços”. Já, de acordo com as normas da Direção-Geral da Saúde (DGS), será feita uma nova testagem à população que revelou na operação deste sábado resultado negativo.

Há 327 casos ativos nos Serviços Prisionais: 198 são reclusos

Os casos positivos de infeção com o novo coronavírus entre trabalhadores, reclusos e jovens internados em Centros Educativos são hoje 327, indicou a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), que abrange cerca de 20 mil pessoas.

Em comunicado, a DGRSP informou que estão ativos 198 casos de infeção com o vírus da covid-19 entre reclusos, cinco entre jovens internados em centros educativos e 124 entre trabalhadores. Paralelamente, regista 536 casos clinicamente recuperados entre reclusos, quatro entre jovens e 336 entre trabalhadores.

“A DGRSP, em articulação com a saúde pública, continuará a desenvolver o trabalho de prevenção e de acompanhamento clínico que permita a resolução favorável dos casos registados”, descreveu a direção-geral.

Segundo a DGRSP, no Estabelecimento Prisional de Izeda, no distrito de Bragança, prevê-se “para breve” a resolução do surto verificado na primeira semana de janeiro, o qual se traduziu em 68 reclusos infetados pelo novo coronavírus. “Espera-se que tenham alta clínica a curto prazo”, apontou a direção-geral, especificando que a nova testagem realizada esta semana indicou “unicamente dois casos entre reclusos”.

Por estarem a cumprir quarentena, os reclusos do Estabelecimento Prisional de Izeda não estão a receber visitas e estão suspensas as atividades comuns. “[A quarentena] implica o aumento da monitorização da saúde dos reclusos e uso obrigatório de máscara, em todos os locais e momentos, por parte de trabalhadores e de reclusos”, lê-se no comunicado.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.107.903 mortos resultantes de mais de 98,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, enquanto em Portugal morreram 10.194 pessoas dos 624.469 casos de infeção confirmados. Hoje, de acordo com a DGS, Portugal registou 274 mortes relacionadas com a covid-19, o maior número de óbitos em 24 horas desde o início da pandemia. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.