O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse esta quarta-feira que deixou de fazer sentido continuar as negociações para a reunificação do Chipre e que a única solução é reconhecer dois Estados.

“Se olharmos as declarações da Grécia e dos cipriotas gregos nos últimos dias, veremos que não há a menor mudança na sua posição de ignorar os cipriotas turcos”, disse o Erdogan num discurso transmitido pela televisão NTV. “Não há outra saída para o Chipre a não ser a solução de dois Estados. Se quiserem aceitá-la, tudo bem, e se não, então nada“, disse Erdogan.

Já no início do mês, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlüt Çavusoglu, havia se pronunciado a favor de uma independência em vez de uma federação com duas entidades, que até agora constituía a essência da proposta turca.

“Na ilha de Chipre existem duas sociedades, dois povos, dois Estados. Isso deve ser oficializado”, disse Çavusoglu em Nicósia, numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente da República Turca de Chipre do Norte (RTNC), Ersin Tatar.

A partir dos acordos internacionais que deram a independência de Chipre em 1960, a Turquia agiu, juntamente com a Grécia e o Reino Unido, como supervisor do sistema de partilha de poder político em Chipre até ao golpe de 1974 na ilha promovido pela ditadura militar grega.

Em resposta a esse golpe e para evitar uma possível união com a Grécia, a Turquia invadiu o terço norte de Chipre, que em 1983 proclamou a sua independência como República Turca de Chipre do Norte, reconhecida apenas pela Turquia.

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