O governo de Montenegro, o país dos Balcãs mais afetado pela doença Covid-19, pediu à União Europeia e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) ajuda urgente em pessoal médico, noticiou esta quarta-feira o jornal montenegrino Pobjeda.

O ministro dos Negócios Estrangeiros montenegrino, Djordje Radulovic, pediu essa ajuda numa carta enviada no dia 04 de março aos chefes da diplomacia da UE e NATO, segundo o diário. A ajuda foi solicitada no âmbito do Mecanismo de Proteção Civil da UE para fazer face à grave situação do sistema de saúde montenegrino.

Na carta, Radulovic indica que “a ajuda em médicos e outro pessoal de saúde (…) é necessária com urgência”, revelou o jornal, que disse ter acesso à carta.

A ajuda exterior desse tipo é um dos elementos chave que pode-nos ajudar a superar a situação“, assinalou Radulovic, explicando que Montenegro reforçou as medidas epidemiológicas com confinamentos em várias cidades “para evitar o colapso do sistema sanitário”.

O governo montenegrino não informou a opinião pública sobre a carta, mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros assegurou esta quarta-feira que o pedido foi feito caso a situação epidemiológica “o exija”.

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A ministra da Saúde, Jelena Borovinic Bojovic, comentou o pedido feito dizendo que a ajuda não é necessária neste momento, mas que se trata de antecipar possíveis cenários, segundo a agência de notícias montenegrina Mina. “O sistema de saúde não está perante o colapso. Está bastante sobrecarregado. Mas neste momento não temos défice de médicos ou de pessoal”, assegurou.

Em Montenegro, um pequeno país com cerca de 620.000 habitantes, membro da NATO e candidato à adesão na UE, morreram 1.100 pessoas devido à pandemia. A pequena república adriática regista uma incidência de 1.245 por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.611.162 mortos no mundo, resultantes de mais de 117,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.