Os fumos, cinzas e partículas emitidas pelos incêndios (nomeadamente, as partículas que têm menos de 2,5 micrómetros de diâmetro, PM2,5) são 10 vezes mais perigosos para as crianças do que as restantes partículas do mesmo tamanho, mas emitidas por outras fontes, concluiu um estudo da Instituição de Oceanografia Scripps da Universidade da Califórnia publicado na revista científica Pediatrics.

Sabe-se que as PM2,5 podem provocar episódios de problemas respiratórios, mas o que os investigadores verificaram foi que um aumento de 10 vezes na quantidade destas partículas no ar, quando tinham origem nos incêndios florestais, tinham consequências muito piores — um aumento de 30% nas admissões das crianças nos hospitais, contra 3,7% se se tratasse de outras fontes ambientais (como emissões dos carros).

Os investigadores estudaram a ocorrência de episódios de dificuldades respiratórias, pieira, asma ou tosse — mais de 170 mil casos —, em crianças e jovens com menos de 19 anos, durante o período de 2011–2017 no condado de San Diego, Califórnia (Estados Unidos). Este período, escrevem os autores, nem sequer foi dos piores em termos de incêndios florestais.

A equipa verificou que as piores situações aconteciam nos mais novos, com menos de cinco anos, nas populações que viviam mais próximas dos locais dos incêndios e que as minorias étnicas, como negros, hispânicos e nativos americanos, também sofriam mais com os impactos das partículas emitidas durante os incêndios.

A emissão destas partículas finas está regulamentada pela Agência de Proteção Ambiental norte-americana desde os anos 1970, e tem diminuído em todo o país, exceto nos estados com mais incêndios florestais. Se as partículas resultantes desses incêndios forem mais perigosas, pode implicar uma revisão dos limites impostos pela agência do ambiente, reporta o STAT News.

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