O maior surto provocado pela variante P1 do coronavírus fora do Brasil, onde foi originalmente detetada, aconteceu na província canadiana de Colúmbia Britânica. Um quarto dos casos que compõem esse surto estão relacionados com uma cadeia de transmissão identificada no fim de março num resort de ski em Whistler.

No entanto, as autoridades de saúde não sabem como é que a variante brasileira chegou até ali: nenhuma das 84 pessoas infetadas com a estirpe P1 quando o surto foi assinalado tinha estado fora do Canadá, o que sugere que o vírus podia estar a circular na comunidade muito antes.

A maioria destes infetados eram jovens que trabalhavam no resort de ski em causa. Segundo o The Guardian, desde janeiro que as autoridades de saúde procuraram vacinar os funcionários do resort na esperança de conter três surtos independentes de Covid-19, mas sem sucesso.

E não só a vacinação não conteve o aparecimento de mais casos de infeção com a variante P1 do coronavírus, como ela se espalhou pelo resto da província e entrou em Alberta. Terá sido esta estirpe a que infetou 21 jogadores profissionais de hóquei dos Canucks, uma equipa de Vancouver.

Em março do ano passado, também foi num resort de ski em Tirol, na Áustria, que se registou um dos primeiros grandes surtos de infeções pelo SARS-CoV-2 na Europa. Os clientes do resort transmitiram depois o vírus nos seus países e foram dos maiores responsáveis pela chegada da doença ao resto da Europa.

A variante P1 é altamente infecciosa e não só parece ser mais letal para os jovens do que as outras variantes em circulação até agora, como também parece ter a capacidade de reinfetar quem já teve Covid-19. Foi a responsável pelo caos no sistema hospitalar em Manaus, no Brasil.

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