Estreia na próxima segunda-feira, 19 de abril, no AXN White e reúne todos os ingredientes que a tornam numa daquelas séries que não queremos que acabe: atores que conhecemos de outras produções de qualidade, ambientes de sonho e uma história que podia acontecer a qualquer um de nós. Chesapeake Shores dá nome à série e também é o nome da cidade natal de Abby O’Brien, uma jovem mulher divorciada com a carreira perfeita, as filhas perfeitas e o visual perfeito. Que um dia volta “a casa” e descobre o preço que tem estado a pagar pelo sucesso. E que talvez a felicidade não seja exatamente o que pensa. Nesta visita ao passado, Abby encontra-se consigo própria e com tudo aquilo que deixou para trás. E pensa que talvez queira ficar… regressar. Encontra-se, reencontra-se e até esbarra com o seu primeiro amor. E depois? Não quer mesmo saber agora pois não? Sugerimos que, por enquanto, saboreie duas histórias de vida que podem encaixar na de Abby O’Brien, ao evidenciarem a importância do que trazemos bem no nosso interior desde a infância. E que, em Portugal, acontecem desde sempre, cada uma com o seu tempero e equação. Mas não se preocupe porque, neste artigo, ainda lhe vamos falar mais sobre Chesapeake Shores e todas as emoções que poderá deixar entrar na sua vida a partir da próxima segunda-feira às 21h25, quando ligar o AXN White.

Catarina: uma paixão que trouxe “a outra”

Catarina Machado nasceu e cresceu em Portalegre mas Marvão sempre foi o lugar dos seus sonhos “sempre fui apaixonada por esta vila. Para mim, é uma terra deslumbrante, a mais bonita aqui da região”. Saiu de Portalegre aos 18 anos para estudar História em Lisboa. “Lisboa foi muito bom, mas contam-se pelos dedos os fins de semana que passei lá. Vinha quase sempre a casa.” Terminado o curso, e depois da especialização em Bibliotecas e Arquivos, quis regressar. Por sorte ou destino, havia vaga na Câmara Municipal de Marvão e, três meses depois, Catarina tinha o seu emprego na terra onde sempre quis viver. Pouco depois esta paixão por Marvão trouxe-lhe outra, ainda maior: conheceu o marido, natural daquela vila. “Era mesmo aqui que eu tinha de estar”, comenta entre risos. Em 2011, grávida do segundo filho, Catarina ficou sem o seu emprego. Viver sem trabalhar não era uma opção e ficar em Marvão era claramente o que eu queria. Mesmo assim, porque sabia não haver ali outros empregos na sua área, chegou a candidatar-se noutros municípios. “Mas não fui atrás, eu não queria sair de Marvão, tinha de encontrar uma solução”, recorda. A vantagem de conhecer muito bem a terra ajudou-a a perceber o que fazer. E a Mercearia de Marvão, com loja física na vila e página no facebook, mostrou ser a ocupação ideal. “Com os grandes supermercados nas redondezas, desapareceram de Marvão as mercearias e outros negócios alimentares”, conta a, agora, empresária. Foi o que a fez manter o regresso ao lugar dos seus sonhos que, naquela altura também era a terra natal do seu marido e filho”. Porque, como diz Catarina, “Ir é muito bom, mas voltar ainda é melhor”.

Ana Mafalda: com a Sertã na alma

Mais do que alguém que partiu e voltou, Ana Mafalda Matias é alguém que ainda vive fora da sua terra natal mas mantém com ela uma ligação extremamente forte. O seu primeiro projeto extraprofissional procura beneficiar a Sertã, onde nasceu e cresceu até ir estudar para Lisboa aos 17 anos. É ali que, ainda hoje, desenvolve a sua atividade profissional na área do marketing. Juntamente com Miguel Ferrão, seu grande amigo e também natural da Sertã, Ana Mafalda criou a plataforma digital Feito com Alma, que divulga e disponibiliza artigos de pequenos produtores e serviços de profissionais independentes. “Já tínhamos sonhado e pensado este projeto há muito tempo”, conta Ana Mafalda. “Mas só este ano, com o tempo extra que o confinamento nos deu, é que foi possível concretizar”, continua.

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Foi, de facto, na sua terra que Ana Mafalda passou o primeiro confinamento e conseguiu desenvolver, à distância, todo o projeto que, ousamos dizer, é powered by Sertã. “Fazia sentido registar a empresa na Sertã, tal como faz sentido privilegiar os pequenos produtores e os profissionais independentes, não só daqui mas de todo o País. É esta faixa de trabalhadores que mais precisa de apoios como este, que requerem investimento e muito tempo. Mas o que queremos realçar na plataforma é, sobretudo, o valor da pessoa, o seu talento, a alma que põe naquilo que faz”, clarifica Ana Mafalda cuja alma está e estará sempre ligada à sua terra Natal.

Abby O’Brien: os medos a vencer

O enredo de Chesapeake Shores pode ser fictício, mas baseia-se nos livros de Sherryl Woods, uma das autoras mais conceituadas do mundo dos best-sellers. A história, recheada de drama, romance e situações que nos prendem ao ecrã, podia acontecer com qualquer um de nós e talvez seja isso que torna esta série imperdível. Porque todos queremos um futuro mais forte, verdadeiro e rodeado daquilo que nos constrói. Chesapeake Shores pode ser a inspiração de que precisamos.

Como prometemos no início deste artigo, vamos desvendar mais um pouco desta série protagonizada pela atriz Meghan Ory (já esteve em nossas casas na série Once Upon a Time, lembra-se?) no papel de Abby O’Brien. Abby saiu, ainda muito jovem, da sua cidadezinha à beira mar para enfrentar tudo e todos em Nova Iorque. Nesta volta a casa e ao passado, a mulher que julgava ter construído a vida perfeita vai passar por conflitos interiores e terá muitas surpresas face à realidade da vida. Como se não bastasse, vai precisar de muita coragem para reconhecer que não respirava fundo há muito, muito tempo. E quem será o causador deste longo suspiro? Nada menos que o seu amor de infância, Trace Riley, interpretado por Jesse Metcalfe, que conhecemos em Donas de Casa Desesperadas. Mas ninguém pense que esta é mais uma história de um amor perdido e reencontrado. O que Abby vai viver com Trace começa por ser qualquer coisa que mistura os sentimentos mais profundos de dois corações e, por enquanto, não sabemos como acaba. E que, na verdade, é apenas uma parte da trama que envolve também as filhas, o Pai, a avó de Abby e põe a descoberto tudo — de bom e de menos bom — que podem ser as relações familiares. E onde identificamos algumas das verdades que vemos em tantas pessoas e nem sempre conseguimos decifrar. Este é mais um ingrediente desta série que nos poderá ensinar a gerir o nosso próprio encontro com o que há de mais esquecido e verdadeiro em nós.

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Estreia segunda-feira dia 19, às 21h25 no AXN White.

Chesapeake Shores será a praia de todas as vidas?

A qualidade do enredo e dos atores bem como uma realização ao mais alto nível das séries norte-americanas ajudam a fazer com que Chesapeake Shores nos proporcione, no mínimo, muito bons momentos para terminar o dia. Porque nem sempre temos o privilégio de poder contactar com uma jornada emocional como esta e com uma real dinâmica familiar tão parecida com a realidade e, ao mesmo tempo, tão divertida e leve. Divirta-se com esta história de três gerações que, ao confrontarem o passado, ganham forças para seguir em frente e chegar a uma felicidade maior.