A pandemia de Covid-19 ensinou uma lição ao mundo, defendeu, esta quarta-feira, o primeiro-ministro português. “A principal lição internacional que temos a retirar deste ano de pandemia é que a humanidade precisa urgentemente de um tratado internacional para as pandemias”, argumentou António Costa, que discursava no encerramento da Cimeira Ibero-Americana, em Andorra.

O objetivo de Costa é evitar que se repita o que aconteceu com a pandemia de Covid-19 um pouco por todo o mundo: que, “no futuro, não tenhamos de improvisar ou reagir na emergência como temos feito, com muito custo, ao longo deste ano”.

António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa foram dos poucos políticos presentes fisicamente em Andorra, na cimeira que juntou 22 países.

A maioria dos chefes de Estado participaram por videoconferência. A representar Espanha, estiveram fisicamente presentes o rei Filipe VI e o primeiro-ministro Pedro Sanchéz, tendo sido também essa a opção dos presidentes da Guatemala, Alejandro Gianmattei, e da República Dominicana, Luis Abinader. O chefe de governo do Principado de Andorra, Xavier Espot, e a secretária-geral ibero-americana, Rebeca Grynspan também estiveram em Andorra.

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Falando ainda sobre a pandemia, António Costa defendeu ser essencial unir esforços para acelerar a vacinação a nível internacional. Portugal, sublinhou, já o faz, ao fazer parte do programa Covax da Organização Mundial de Saúde (que garante vacinas aos países economicamente mais frágeis) e, ainda, redirecionado para Timor-Leste e para os países africanos de Língua Portuguesa “5% das vacinas adquiridas” por Lisboa.

Para além de um tratado internacional para lidar com pandemias, Costa defendeu também que “a recuperação económica passa por um novo quadro de financiamento internacional”, frisando que a proposta apresentada pelo rei de Espanha e pela Argentina são uma base importante para início de trabalho, sendo também importantes firmar e aprofundar os acordos comerciais com a América do Sul.

Covid-19. Papa pede à Cimeira Ibero-americana “vacinação extensiva”

Antes de António Costa, a intervenção coube ao Presidente da República português. Marcelo Rebelo de Sousa dedicou o seu discurso às vítimas da Covid-19. “Homenagear as vítimas é pensarmos e falarmos nesta cimeira de problemas concretos de pessoas de carne e osso, da vacinação global, justa e de acesso universal, do combate ao desemprego e às desigualdades, e no financiamento da reconstrução económica e social”, disse, frisando, tal como Costa, a necessidade de cooperação global na luta contra a pandemia. 

Marcelo frisou a necessidade de apoiar as propostas do secretário-geral das Nações Unidas, “o português e, portanto, ibero-americano, António Guterres, com a sua capacidade única de mobilização para que as instituições internacionais cumpram a sua missão ajudando os povos afogados nas suas dívidas públicas”.

O Presidente concluiu a sua intervenção considerando que o caminho da Comunidade Ibero-Americana é cada vez mais forte e imparável. “Fazemo-lo ao serviço dos nossos povos, de todos os povos ibero-americanos. Nunca esqueceremos ou desiludiremos”, terminou.