A Universidade de Coimbra (UC) foi quarta-feira considerada a instituição portuguesa “mais sustentável” num ranking internacional que avalia o cumprimento pelas universidades dos objetivos das Nações Unidas nesta área.

A nível mundial, a UC surge na 21.ª posição nesta classificação global, que é liderada pela Universidade de Manchester, de acordo com a terceira edição do rankingThe Times Higher Education Impact Rankings 2021“. Esta iniciativa da publicação britânica especializada “The Times Higher Education” analisa o “sucesso global” das universidades no cumprimento dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da ONU.

“Com um ‘score’ total de 92.7 em 100, a UC foi a instituição com um melhor desempenho global em Portugal no cumprimento dos ODS”, refere a instituição de ensino superior em comunicado. Para o reitor da Universidade, Amílcar Falcão, os resultados obtidos “são um motivo de orgulho e de incentivo, mas são tão encorajadores quanto desafiantes porque há muito mais caminho por percorrer do que aquele que já foi trilhado”.

Criar consciência social, dar o exemplo e congregar esforços são fundamentais para que os objetivos coletivos sejam atingidos, envolvendo os nossos estudantes para quem o amanhã irá ser o mundo em que terão de viver”, refere Amílcar Falcão, citado na nota.

Foi no cumprimento do ODS 2, “Erradicar a fome”, que a Universidade de Coimbra alcançou “uma melhor classificação, sendo considerada a terceira melhor universidade do mundo no cumprimento deste objetivo”. “A estratégia de combate ao desperdício alimentar, a existência da refeição social (que representou 74% das refeições vendidas em 2019), a disponibilização de cabazes alimentares pelos Serviços da Ação Social às repúblicas universitárias a preços acessíveis (mais de 31 toneladas e de 7,5 mil litros de bens alimentares), ou as iniciativas junto de produtores locais para o escoamento de produtos, são alguns dos motivos que justificam esta classificação a nível mundial”, explica a UC.

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Destacam-se também os projetos de investigação da mais antiga universidade portuguesa e a sua participação em consórcios que trabalham na pesquisa de soluções para o setor agroalimentar. É o caso do Mobfood, projeto de investigação e desenvolvimento tecnológico que agrega vários agentes do setor agroalimentar para “promover uma indústria alimentar nacional mais competitiva”, bem como do Reseed, que estuda o impacto socioeconómico e ecológico da disseminação na Europa de produtos alimentares vindos de outros continentes, desde o século XVIII.

A Universidade de Coimbra destaca-se também no cumprimento do objetivo 9 das Nações Unidas, “Indústria, inovação e infraestruturas”, com a 13ª posição mundial. “Para este resultado, foi fundamental o número de ‘spin-offs’ criadas (121), o número de patentes ativas (304) e o trabalho desenvolvido pelo Instituto Pedro Nunes, instituição privada sem fins lucrativos criada pela UC, cuja incubadora apoiou 330 empresas, criou 2.600 postos de trabalho altamente qualificados e gerou uma média anual de 190 milhões de euros de volume de negócios”, segundo a nota.

Ainda no âmbito deste ODS, a UC afirma-se em iniciativas como “Energia para a sustentabilidade (EfS)”, uma resposta a desafios na área da energia e desenvolvimento sustentável, ou o consórcio “Ageing Coimbra”, que visa facilitar “a génese de projetos inovadores na área do envelhecimento ativo e saudável que pretende, igualmente, ser um estimulador da economia e do empreendedorismo jovem em torno dos serviços de saúde”.

Nos objetivos em que a UC obteve um melhor desempenho, está também o ODS 3, “Saúde de Qualidade”, com o 44º lugar mundial.

No total, o “The Times Higher Education Impact Rankings” contabiliza 18 rankings, sendo um por ODS e um global. A Universidade de Coimbra encontra-se no “top 100” mundial em nove dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável.