Beautiful world, where are you, o novo romance de Sally Rooney, que segue quatro jovens na Irlanda, a navegar entre o amor, a amizade e os seus medos quanto ao futuro, vai ser publicado em outubro em Portugal.

O terceiro romance da escritora irlandesa, que ganhou fama internacional com “Pessoas normais” e “Conversas entre amigos” será editado em Portugal pela Relógio d’Água, que divulgou a data de publicação prevista, no seu planeamento editorial.

O lançamento de Beautiful world, where are you já estava agendado para dia 7 de setembro no Reino Unido (pela editora britânica Faber) e nos Estados Unidos (pela Farrar, Straus and Giroux).

Agora, a Relógio d’Água, que na altura disse estar a negociar os direitos do livro, confirma que vai publicá-lo no próximo mês de outubro.

À semelhança dos anteriores, o novo romance de Sally Rooney também examina as relações românticas e emocionais de quatro jovens adultos, embora mais velhos e com preocupações mais globais e enraizadas.

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Situada maioritariamente em Dublin e numa cidade próxima, a história centra-se em Alice, uma romancista, Eileen, a sua melhor amiga, Félix, que trabalha num armazém, e Simon, um homem que Eileen conhece desde a infância.

“À medida que o verão se aproxima, elas trocam e-mails sobre arte, amizade, o mundo à sua volta e os complicados assuntos amorosos que se desenrolam nas suas próprias vidas. Dizem que querem ver-se de novo em breve. Mas o que vai acontecer quando o fizerem?”, descreve a sinopse do livro.

Nas suas conversas, os amigos dissecam as suas vidas amorosas e os seus medos em relação ao futuro do planeta, sobre um pano de fundo da agitação política e dos receios quanto ao futuro económico, descreve o The New York Times.

“O próprio título fala de alguns dos temas do livro, é uma pergunta sem resposta. As personagens estão a contemplar um mundo em que o futuro é muito incerto para elas – como vai ser o mundo do trabalho, o que vai acontecer ao planeta, quais são as políticas pelas quais todos nós vivemos. Penso que a fasquia está mais elevada”, afirma Mitzi Angel, editora da Farrar, Straus and Giroux.

De acordo com Mitzi Angel, os livros de Sally Rooney “são sempre políticos, porque são sobre como as pessoas precisam de descobrir como viver juntas, sobre como nos devemos comportar”.

“São perguntas que estão presentes no livro, e ela coloca essas questões sem ser acutilante, mas com muita sinceridade”, salienta.

Para o editor da britânica Faber, Alex Bowler, este romance marca o “próximo salto criativo de uma escritora singular” e “absorve” o leitor “na vida interior de personagens com mentes brilhantes e corações sofridos”.

“O livro cintila com inteligência, empatia e, sim, beleza”, acrescenta.

“Conversas entre amigos” foi o primeiro romance de Sally Rooney, publicado originalmente em 2017, e editado em Portugal em 2018 pela Presença, que lhe trouxe notoriedade, impulsionada pela boa aceitação da crítica e a nomeação para alguns prémios literários.

A fama internacional viria com o seu segundo romance, “Pessoas normais” (2018), publicado em Portugal pela Relógio d’Água em 2019, que venceu o Prémio Costa para Melhor Romance, foi eleito Livro do Ano pelos British Book Awards e pela Waterstones, e foi finalista do Prémio Man Booker, em 2018, tendo sido ainda nomeado, no ano seguinte, para o Women’s Prize for Fiction e o Dylan Thomas Prize.

Beautiful world, where are you é atualmente o único romance de Sally Rooney sem acordo para adaptação televisiva.

A versão para ecrã de Pessoas normais, que teve estreia na BBC e na Hulu, em abril de 2020, e está atualmente disponível na plataforma de ‘streaming’ HBO, foi nomeada para quatro Emmy e dois Globos de Ouro.

Atualmente, a mesma equipa criativa da BBC, em parceria com a Hulu, está a trabalhar na adaptação de “Conversas entre amigos”, contando com o mesmo realizador, Lenny Abrahamson.

Já no próximo mês, a Relógio d’Água vai publicar Sr. Salário, um conto de Sally Rooney editado no Reino Unido em 2019 (três anos depois de publicado na revista Granta), sobre um casal que vai viver junto, porque a morte da mãe da rapariga e o feitio difícil do pai tornam impossível a sua permanência, e ela não tem mais sítio nenhum para onde ir.

Este conto foi finalista do prémio literário Sunday Times EFG Private Bank Short Story.