A PSP carregou sobre os adeptos em, pelo menos, duas ocasiões durante os festejos dos sportinguistas. A primeira vez foi junto ao estádio de Alvalade, mais concretamente perto da zona da Juve Leo, ainda durante o jogo com o Boavista. Aí, a PSP afastou vários dos adeptos que se encontravam no local e chegou mesmo a disparar balas de borracha sobre a multidão. À semelhança do que aconteceu com vários adeptos, um repórter da TVI foi atingido na perna. A segunda vez foi no Marquês de Pombal, ainda a equipa não tinha chegado ao Saldanha.

Segundo testemunhou o Observador no local, no primeiro foco de confrontos, durante o jogo, foram disparados tiros para o ar. Foram também arremessadas garrafas, pedras e caixotes do lixo contra a polícia, que respondeu com balas de borracha.

[Oiça aqui o relato do repórter da Rádio Observador no local]

Polícia carrega sobre adeptos em Alvalade. Foram disparados tiros para o ar

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Junto à zona da Juve Leo, a polícia formou uma barreira de segurança. Perto dos agentes, vários adeptos agitavam os braços no ar, a apelar ao fim dos confrontos com a polícia. Imagens transmitidas pela TVI mostraram ainda um adepto ferido a ser assistido no local pelo INEM. Entretanto, chegaram várias ambulâncias ao local.

Segundo a TVI, um repórter daquela estação televisiva foi atingido por uma bala de borracha numa perna — à semelhança do que aconteceu com vários adeptos, que sofreram ferimentos ligeiros. O episódio foi relatado em direto na estação.

Ao Observador, o diretor de informação da estação, Anselmo Crespo, contou que a única informação que tem é a de que o repórter está bem e em condições de trabalhar. Para já, apontou, é extemporâneo perceber o que a estação poderá fazer — até por não se conhecerem ainda todos os contornos da lesão e de como tudo aconteceu.

PSP chegou a admitir que autocarro do Sporting poderia não sair de Alvalade

A PSP admitiu, ainda antes do fim do jogo, a possibilidade de o autocarro panorâmico do Sporting não sair de Alvalade. A hipótese esteve “em estudo”, mas acabou por não se verificar.

“Vamos analisar o plano que temos estudado para o acompanhamento do autocarro”, disse o comissário Artur Serafim, à RTP. Questionado sobre se essa saída está em causa, o comissário respondeu: “Está em estudo essa hipótese. Vamos analisar”. Entretanto, a PSP fez saber que o desfile do autocarro iria mesmo acontecer, mas com um desvio face ao inicialmente previsto devido à forte afluência de adeptos no Campo Grande. A saída do estádio acabou por ser feita pela Alameda das Linhas de Torres, em vez de começar pelo Campo Grande.

A alteração aconteceu por razões de segurança, dado que existia, na altura, uma grande concentração de pessoas junto ao viaduto da Segunda Circular.

O comissário Artur Serafim explicou ainda, à RTP, que a carga policial sobre os adeptos em Alvalade foi motivada pelo arremesso de pedras e garrafas durante o intervalo. Até ao momento [na altura, perto do fim do jogo], não há detidos, disse. Mas há “vários feridos a registar”, alguns dos quais atingidos por garrafas e pedras. Ainda assim, a PSP não tinha, por essa altura, “conhecimento de nenhum ferido grave”.

Adeptos derrubaram grades de segurança no Marquês e polícia voltou à carga

A PSP reforçou várias vezes a presença no Marquês de Pombal, ao longo da noite. Por volta da 1h00, algumas barreiras de proteção, que impediam os adeptos de se deslocarem até à estátua do Marquês de Pombal, foram derrubadas, obrigando a polícia a intervir e a voltar a montar o perímetro de segurança. Foram assistidas várias pessoas ao longo da noite pelos bombeiros e pelo INEM.

O momento mais tenso foi quando, já perto das 3h00, uma nova carga policial sobre os adeptos, no Marquês de Pombal (junto à Avenida Fontes Pereira de Melo), levou à debandada de vários sportinguistas que se encontravam junto às grades de segurança. Segundo a TVI24, foram disparadas balas de borracha. Os adeptos foram depois regressando para junto das grades, mas muitos mantiveram a distância.

Mais tarde, durante a passagem dos jogadores, e apesar de várias grades terem sido destruídas, os adeptos mantiveram, regra geral, a devida distância do autocarro, que seguiu até Alvalade sem incidentes.