Quando Jorge Jesus foi confirmado como o novo treinador do Benfica, no verão passado, apareceram muitas vozes para dizer que o técnico iria orquestrar uma autêntica revolução no plantel encarnado. Com Ferro, Tomás Tavares, Zivkovic, Florentino, Dyego Sousa, Jota, Carlos Vinícius, Fejsa, Gedson e Raúl de Tomás afastados, depressa se percebeu que a revolução de Jesus continuaria através das entradas de Otamendi, Vertonghen, Lucas Veríssimo, Everton, Waldschmidt e Darwin. E aí, a grande pergunta do início da temporada prendia-se com um único jogador: existiria espaço para Pizzi no onze inicial?

No arranque da época, ficou claro que não. Jorge Jesus colocava Darwin e Waldschmidt no ataque, Everton e Rafa nas alas e Weigl e Taarabt no meio-campo. Pizzi começava quase sempre no banco e, apesar de desequilibrar quando entrava em campo, perdeu influência e importância na equipa. Com o avançar da temporada, e principalmente depois do alargado surto de Covid-19 que afetou a equipa, Pizzi começou a ser uma opção mais regular no onze inicial, entre o sistema de três centrais, a quebra de rendimento de Everton e os mais recentes problemas físicos de Taarabt.

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Este sábado, na Luz e contra o Sporting, o internacional português foi titular, marcou um golo e fez duas assistências e quebrou um mito: a crítica que lhe é feita, tantas vezes, por jogar melhor contra equipas mais pequenas e pior contra as equipas ditas grandes. Pizzi tem vindo em claro crescendo ao longo da temporada, terminando o ano com exibições acima da média e uma influência brutal no que toca a golos. O médio encarnado chegou aos 16 golos em 2020/21, o segundo melhor registo da carreira, e tornou-se o jogador com mais assistências na história dos dérbis entre Benfica e Sporting, superando Carlos Martins.

Eleito o Homem do Jogo pela BTV, Pizzi agradeceu a distinção mas realçou que “o mais importante foi a vitória”. “Fizemos um excelente jogo. Os números acabam por ser escassos para o que vimos em campo. Joguei nos três da frente mas o mais importante é ajudar a equipa. Vou estar sempre disponível para dar o meu melhor, para lutar pela vitória. As coisas hoje correram-me bem mas sem os meus colegas e equipa técnica nada seria possível”, disse o capitão encarnado, acrescentando que o Benfica tem ainda a final da Taça de Portugal para disputar.

“Há que realçar o espírito da equipa. Jogámos contra um excelente Sporting mas demonstrámos que também somos muito fortes, que temos individualidades com grande qualidade. Agora temos de pensar no próximo jogo e na final da Taça de Portugal, que é um troféu que queremos ganhar. Há que continuar a trabalhar, melhorar alguns aspetos com bola, para estarmos ainda mais fortes nos próximos jogos”, terminou Pizzi.