A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que o número de mortes causadas pelo coronavírus SARS-CoV-2 seja duas ou três vezes maior do que os 3,3 milhões de mortes reportadas à organização até ao momento. Para suportar esta ideia, a OMS usa dois argumentos: o excesso de mortes em 2020 e as lacunas nos registos de muitos países.

Até 31 de dezembro, a OMS tinha registo de pouco mais de 1,8 milhões de mortes atribuíveis à Covid-19, mas resultados preliminares indicam que os números estarão mais perto dos três mil durante o ano passado.

Estes mesmos cálculos apontam para uma estimativa de 1,11 a 1,21 milhões de mortes na região da Europa (em vez das 600 mil reportadas em 2020) e para uma estimativa de 1,34 a 1,46 milhões de mortes na região das Américas (em vez das 900 mil reportadas).

Para as restantes regiões, a OMS ainda não tem cálculos, mas sabe, por exemplo, que na região europeia se registam a quase totalidade das mortes, enquanto em África só se registarão cerca de 10%.

Apesar da importância do registo do número de mortes relacionados com a Covid-19, a OMS reconhece que muitos países não tem sistemas fidedignos para registar e reportar causas de morte ou mesmo número de óbitos e nascimentos. Mais, as diferenças nos procedimentos torna difícil a comparação entre países.

O excesso de mortalidade — a diferença entre as mortes registadas durante uma crise e aquelas que seriam esperadas em condições normais — torna-se assim a melhor medida para compensar esta dificuldade, refere a OMS.

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