Apesar das fortes polémicas que envolvem de momento a família real britânica, com o irmão Harry, a cunhada Meghan e a mãe Diana, o príncipe William, também conhecido como duque de Cambridge, conseguiu ainda assim encontrar uma abertura na sua agenda para conhecer o Odyssey 21, o buggy eléctrico com tracção 4×4 e 544 cv de potência que anima o campeonato Extreme-E. A aventura de William, primeiro ao lado de um piloto e depois ao volante, ocorreu no circuito de Knockhill, na Escócia, dias antes da conferência dos partidos do Reino Unido, onde um dos temas debatidos tem a ver com as alterações climáticas.

O primeiro ponto da agenda nesta incursão de um príncipe inglês pela competição automóvel consistiu numa apresentação do veículo, um buggy com chassi tubular e 1650 kg, cujos dois motores com 544 cv são capazes de fazer o Odyssey 21 ir de 0-100 km/h em apenas 4,5 segundos. A bateria tem uma capacidade de somente 40 kWh, para não penalizar excessivamente o peso do veículo, o que limita a autonomia em ritmo de competição. É isto que leva a que, na primeira corrida do campeonato Extreme-E, a equipa de Nico Rosberg tenha sido a mais rápida no deserto, ao longo de um percurso com… 17,6 km, uma espécie de “micro” Dakar.

Depois do tour ao buggy, o príncipe teve um curso de condução acelerado, para de seguida passar para o volante e deliciar-se com a forma como o Odyssey 21 acelera e digere mesmo o piso mais irregular, fruto de uma suspensão com 385 mm de curso. A generosa altura ao solo facilita os saltos e passar por cima de alguns obstáculos.

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Além do buggy da Extreme-E, William dedicou muita atenção ao sistema desenvolvido pela britânica AFC Energy, que desenvolveu as fuel cells de 40 kW para instalar a bordo dos carros, além do sistema que acompanha as cinco etapas da Extreme-E, para aí recarregar as baterias com energia gerada de forma não poluente.

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A inglesa AFC é especialista no fabrico de fuel cells a hidrogénio, as tradicionais células de combustível que associam hidrogénio em estado quase puro (99%) e o oxigénio que existe no ar para produzir electricidade e água quente pura. O sistema instalado pela AFC Energy é misto, dada a reduzida potência da fuel cell, visando reduzir custos e peso, uma vez que se o hidrogénio alimenta uma “central eléctrica” a bordo, com potência de 40 kW, os motores necessitam de 400 kW, ou seja, 10 vezes mais.

A primeira prova da época já lá vai, disputada entre 3 e 4 de Abril no deserto da Arábia Saudita, seguindo-se a corrida em Dakar, no Senegal (29 e 30 de Maio), Gronelândia (28 e 29 de Agosto), Amazónia, no Brasil (23 e 24 de Outubro) e Tierra del Fuego, na Argentina (11 e 12 de Dezembro).

A empresa que organiza a Extreme-E é a mesma que gere a Fórmula E, controlada por Alejandro Tarik Agag, um espanhol que opera a partir do Reino Unido. À semelhança desta solução não poluente para alimentar e recarregar as baterias dos buggies Odyssey 21, os organizadores optaram por outra solução mais limpa para recarregar as baterias dos Fórmula E, que neste caso consiste em recorrer a geradores tradicionalmente a gasóleo, que durante as corridas dos fórmulas eléctricos queimam glicerina, uma pasta não tóxica e reciclável, que até se pode beber, produzida pelos ingleses da Aquafuel Research Ltd. Por ser uma pasta, a glicerina obriga apenas ao consumo de gasóleo nos primeiros e últimos 5 minutos, uma vez que exige o motor quente para funcionar na perfeição.