A polícia da Finlândia anunciou esta sexta-feira uma investigação para determinar se as despesas apresentadas pela primeira-ministra finlandesa para pagar os pequenos-almoços familiares estão dentro da lei.
Sanna Marin, 35 anos, chefe do Governo de centro-esquerda na Finlândia, está envolvida numa polémica desde que o jornal Iltahehti revelou, na terça-feira, que estava a ser reembolsada em até 300 euros por mês pelos pequenos-almoços da sua família, já que ela vive na residência oficial de Kesaranta.
Perante as críticas da oposição, a primeira-ministra argumentou que os seus antecessores beneficiaram do mesmo privilégio.
“Não pedi para ter este subsídio, como primeira-ministra, nem estive envolvida na decisão sobre o assunto”, explicou esta sexta-feira Marin, na sua conta da rede social Twitter.
En ole pääministerinä pyytänyt ateriaetua tai osallistunut asiasta päättämiseen. Kun olen aloittanut tehtävässä, minulle on kerrottu, että tämä sisältyy Kesärannassa asumiseen ja yöpymiseen, ja että näin on toimittu myös aiempien pääministerien osalta.
— Sanna Marin (@MarinSanna) May 28, 2021
Especialistas citados pelos “media” finlandeses sugerem que o uso de fundos públicos para pagar pequenos-almoços da família da primeira-ministra pode ser uma violação da lei.
“A primeira-ministra fez-se reembolsar por algumas refeições, apesar de a redação da lei sobre os salários ministeriais parecer não permitir isso”, disse a polícia, num comunicado em que justifica a investigação.
De acordo com o superintendente da polícia Teemu Jokinen, a investigação vai centrar-se nas decisões tomadas por funcionários do gabinete de Marin e “não está de forma alguma ligada à primeira-ministra e às suas atividades oficiais”.
A duas semanas de eleições autárquicas, a primeira-ministra mostrou-se satisfeita pela abertura de uma investigação sobre o assunto e garantiu que renunciará ao subsídio, para já.
No poder desde dezembro de 2019, a chefe de Governo goza de forte popularidade, devido à sua gestão da epidemia de Covid-19 na Finlândia, um dos países menos afetados da Europa, mas as sondagens para as eleições autárquicas, em 13 de junho, mostram uma subida da oposição, em particular do movimento de extrema-direita Partido dos Finlandeses.