A variante britânica do SARS-CoV-2 continua a ser a dominante em Portugal, representando a esmagadora maioria das amostras analisadas. Não é, no entanto, a única e continuam a ser detetadas outras variantes. Foram identificados 104 casos da variante sul-africana, 139 da variante de Manaus e 74 casos da variante indiana considerada preocupante (a que se somam mais 9 casos de outra linhagem, num total de 83).

Os números são revelados no mais recente relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), que faz a monitorização das linhas vermelhas da pandemia, divulgado ao início da noite desta sexta-feira.

Se das variantes sul-africana e de Manaus não restam dúvidas de que existe transmissão comunitária, quando se fala da variante indiana tudo aponta nesse sentido. “A ausência de ligação epidemiológica em alguns dos casos mais recentes” pode indicar que também já circula na comunidade, lê-se no relatório.

Até à data, a nível global, foram identificadas três linhagens distintas da variante indiana (B.1.617) e duas delas já foram encontradas em Portugal. Segundo os dados do INSA, a B.1.617.2 — de que há 74 casos no país, — foi classificada como Variante de Preocupação, enquanto as demais mantêm a classificação de Variante de Interesse, segundo a classificação do ECDC, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças.

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Lisboa pode chegar aos 120 casos por 100 mil habitantes em menos de 15 dias

O número de novos casos de infeção por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 71 casos, “com tendência crescente a nível nacional”, enquanto que o valor do Rt apresenta valores superiores a 1 a nível nacional (1,08), em todas as regiões de saúde, sugerindo uma tendência crescente e que é mais acentuada em Lisboa e Vale do Tejo.

Assim, quanto à evolução da pandemia, o relatório do INSA mostra que no espaço de 15 a 30 dias, Portugal pode chegar aos 120 casos por 100 mil habitantes, caso se mantenha a situação epidemiológica atual. O prazo é ainda mais curto quando se olha apenas para a região de Lisboa e Vale do Tejo, onde é provável que se alcance esses valores em menos de 15 dias.

Número de internados em UCI cai, taxa de positividade foi de 1,3%

O número de internamentos em cuidados intensivos está em queda, assim como a taxa de positividade dos testes de deteção do vírus da Covid-19, mostra ainda o relatório do INSA. O número diário de internados em Unidades de Cuidados Intensivos “revelou tendência ligeiramente decrescente, correspondendo a 21% do valor crítico definido de 245 camas ocupadas”, lê-se no documento.

Já a proporção de testes positivos foi de 1,3%, “valor que se mantém abaixo do objetivo definido de 4%”.

No relatório das linhas vermelhas, o INSA aponta ainda que a proporção de casos confirmados notificados com atraso foi de 7,1%, “mantendo-se abaixo do limiar de 10%”, enquanto que 89% dos casos de infeção foram isolados em menos de 24 horas após a notificação, e foram rastreados e isolados 83% dos seus contactos.