A melhor qualificação do ano, o melhor resultado do ano, o terceiro pódio de sempre no MotoGP só superado pelas vitórias na Estíria e em Portugal em 2020 quando estava ainda na Tech3. O último fim de semana, com o Grande Prémio de Itália no circuito de Mugello, foi um ponto de viragem na temporada de Miguel Oliveira. De tal forma que, apenas uns dias depois, a confiança do português na Catalunha era visível, pelo que se percebeu pelas palavras que teve após as primeiras sessões de treinos livres e a forma como lançou a manhã de sábado.

Um arranque de sonho, uma corrida sem falhas, um final polémico: Oliveira acaba em segundo, é penalizado mas mantém posição em Itália

“Senti-me bem. Fizemos um bom trabalho hoje à tarde [sexta-feira]. O nosso foco não foi fazer uma volta rápida. Amanhã [sábado] teremos chance de entrar diretamente na Q2. Tentámos perceber se tínhamos algo a ganhar com outro composto. De manhã usámos os médios, à tarde começámos com os macios e fizemos bons tempos. No ritmo, faltavam-me umas décimas, mas senti-me bastante bem e resolvemos experimentar os duros e perceber se tínhamos algo a ganhar com eles, pois era mais ou menos a mesma hora e temperatura de pista que vamos ter na corrida. Prefiro o calor ao frio, por isso estou mais relaxado do que estava naquela altura”, comentara o piloto da KTM após o primeiro dia em Montmeló, onde não foi além do 14.º melhor registo do dia.

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Prometeu e cumpriu: Miguel Oliveira faz sétimo registo na Q2 e consegue melhor qualificação do ano em Itália

Ambicionou e cumpriu: na terceira sessão de treinos livres, Miguel Oliveira conseguiu ser o terceiro mais rápido em pista com 1.39,051, apenas a 0,076 de Fabio Quartararo e 0,122 de Franco Morbidelli. As KTM confirmaram a grande melhoria em relação às corridas iniciais (Brad Binder, que renovou esta semana com a marca, também conseguiu a qualificação direta para a Q2 com o quinto registo), a grande “surpresa” acabou por ser os tempos bem mais rápidos das Yamaha em relação às Ducati, que tiveram apenas Pecco Bagnaia mais próximo. Na sétima corrida do ano, o português chegou à Q2 pela quinta vez. E tinha na mira de novo a melhor qualificação.

Após ter começado com um 15.º lugar no Qatar e uma 12.ª posição em Doha, Miguel Oliveira foi o décimo na qualificação para o Grande Prémio do Algarve, não foi além do 16.º posto em Espanha, voltou a ser décimo em Espanha e partiu de sétimo em Itália. Agora, já depois de ter repetido o terceiro melhor registo na quarta sessão de treinos livres com tempos menos rápidos do que de manhã, o português começou com o sexto tempo na saída inicial e subiu depois nos últimos minutos, andando no terceiro lugar e ficando na quarta posição. À sua frente ficaram apenas Fabio Quartararo (quinta pole consecutiva do francês que lidera o Mundial), Jack Miller (que caiu na última volta lançada) e Johann Zarco, que cravou o seu melhor tempo mesmo a acabar.

Miguel Oliveira acabou a Q2 com o tempo de 1.39,099, a 0,050 de Johan Zarco e um pouco mais em relação a Quartararo (1.38,853) e Miller (1.38,890), os únicos pilotos capazes de rodar na qualificação abaixo de 1,39. Na segunda linha da grelha com o português estarão também Franco Morbidelli (1.39,109) e Maverick Viñales (1.39,157). Brad Binder, o outro piloto da KTM, não foi além da oitava posição com 1.39,343. De acrescentar que, além de ter conseguido a melhor qualificação do ano, superando o sétimo lugar em Itália, o Falcão de Almada conseguiu também a segunda melhor qualificação no MotoGP, só superado pela pole conseguida no Autódromo Internacional do Algarve de 2020 num fim de semana perfeito que acabou com a vitória do português.