A Alemanha descobriu grandes quantidades de lítio numa zona do rio Reno, mais precisamente sob esse grande canal navegável que é visto pelos alemães como uma grande auto-estrada em estado líquido. E esperam que as reservas sejam imensas, com garantias de permitir construir baterias para até 400 milhões de veículos.

Os alemães sabem que sem lítio não há baterias e que, sem baterias, não há indústria automóvel, pelo menos a confirmar-se que, num futuro próximo, todos os veículos serão eléctricos a bateria. E os germânicos vivem com medo que os chineses dominem o mercado dos acumuladores e as vendam apenas a quem queiram, pelos valores que bem entendam, prejudicando a concorrência.

Depois de o Governo alemão ter decidido avançar com incentivos à fabricação de baterias, de que todos os construtores locais vão usufruir e até os americanos da Tesla, eis que surge uma fonte de fornecimento de lítio, sem a qual é impossível produzir baterias de… iões de lítio. Os geólogos já confirmaram que estão perante um dos maiores depósitos mundiais de lítio, bem no coração da floresta negra. Mas, ao contrário do que acontece em Portugal, não esperam enfrentar dificuldades em retirá-lo do subsolo, processá-lo e aproveitá-lo para o fabrico de acumuladores.

A startup local Vulcan Energy Resources, através do seu fundador Horst Kreuter, afirmou que as reservas de lítio agora descobertas permitem aos construtores instalados na Alemanha reduzir a dependência da importação de lítio, o que inclui os grupos locais VW, Daimler e BMW, além da Stellantis, Ford e Tesla. Daí que Kreuter avance que a sua empresa pretenda investir 1,7 mil milhões de euros para, além de minerar o lítio, construir estações geotérmicas e instalações para extrair e processar o lítio, o metal mais leve do mundo.

A Vulcan Energy Resources espera extrair 15.000 toneladas por ano de hidróxido de lítio em dois locais em 2024, para na segunda fase de extracção, a partir de 2025, apontar para 40.000 toneladas em três novos locais.

Segundo as estimativas da União Europeia, o Velho Continente necessita de 18 vezes mais lítio em 2030 e 60 vezes maior quantidade deste metal em 2050. A UE recorda que a maioria do lítio que chega à Europa vem da Austrália e da África do Sul, onde é produzido por evaporação, sendo que Portugal surge entre os maiores produtores europeus, mas de momento com quantidades mínimas e a maioria destinada à indústria das cerâmicas.

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