O presidente do Turismo Porto e Norte revelou esta sexta-feira que está a ser preparada uma candidatura para que se possam visualizar digitalmente os Caminhos de Santiago, que levam à cidade espanhola de Santiago de Compostela.

Estamos a preparar uma candidatura com o INESC TEC [Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência], em parceria, a fundos europeus que nos permitam fazer o que existe já em relação ao Google, a possibilidade de fazer o ‘street view'”, revelou Luís Pedro Martins.

Este responsável falava aos jornalistas no final da cerimónia de apresentação pública do Caminho de Torres, mais um Caminho de Santiago que liga Salamanca a Santiago de Compostela, em 567 quilómetros e que, em Portugal, atravessa 15 municípios.

“Nós queremos o ‘street view’ nos Caminhos de Santiago, algo único, mas que permita também que eles possam ser visualizados e se alguém tem dúvida ou algum receio de perceber como é que vai fazer ou não, nessa ferramenta, poderá perceber e ao ver as imagens, se estava na dúvida, passa a ter a certeza que quer fazer o caminho”, explicou.

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Luis Pedro Martins disse que as duas instituições estão “no início desse trabalho”, mas não escondeu o desejo de o processo dar lugar a “uma candidatura e que seja aprovada”, uma vez que “é muito ambicioso”.

“Mas juntámo-nos a uma instituição que tem grande know how para poder executar com sucesso esse trabalho”, destacou o responsável, referindo-se ao parceiro do projeto, o INESC TEC.

Este responsável, durante a apresentação do Caminho de Torres, referiu que, em 2020, o Caminho Central Português foi percorrido por 72 mil peregrinos e o Caminho da Costa, por 22 mil, o que os coloca em segundo e terceiro lugares, respetivamente, atrás do Caminho Francês, dos caminhos que mais peregrinos levaram a Santiago de Compostela.

“Há espaço para crescermos, a partir do momento em que começarmos esta promoção internacional julgamos que vai crescer”, considerou Luís Pedro Martins que, a par desta candidatura, não esconde que Portugal poderá subir no número de peregrinos.

Isto, explicou, também tendo em conta que no decorrer da apresentação feita pelo historiador responsável pelo Caminho de Torres, Paulo Almeida Fernandes, exibiu um gráfico em que mostrava que “o caminho francês estava em descida e o português em subida”.

Não estamos em competição nem entre regiões (…) nem com Espanha ou França, com quem fazemos esse trabalho. Agora, é verdade, para quem partiu tão de trás e estar já, sem estruturação, a ter números tão interessantes, bem, a partir do momento em que haja esta estruturação que está a ser feita e também a promoção, corremos o risco de rapidamente passarmos o caminho francês”, admitiu.

O Caminho de Torres, que liga as cidades espanholas, ambas património da humanidade, Salamanca a Santiago de Compostela, entrando em Portugal por o concelho de Almeida (Guarda), até Valença (Braga), e junta-se aos Caminhos de Santiago já existentes em Portugal: o Caminho do Norte, o da Costa, o do Interior e o Central Português.