Nunca a Dinamarca tinha perdido estando em vantagem ao intervalo no jogo de um Europeu. Nunca a Bélgica tinha vencido na competição depois de estar a perder. Bem, esta quinta-feira tudo isto mudou, porque ter foras de série no banco é ainda, algumas vezes, melhor do que correr muito.

E por falar em correr, os jogadores ainda nem se tinham mexido muito quando Poulsen, aos 1:38 minutos, fez o segundo golo mais rápido de sempre em europeus, colocando os dinamarqueses a vencer, no encontro que se disputou em Copenhaga.

A jogar por Eriksen, os dinamarqueses correram que nem “loucos”, fizeram nove remates na primeira parte, assustaram Courtois e não deixaram a Bélgica mexer-se como gosta.

No entanto, os belgas tinham a vitória “guardada” no banco e saíram de lá os tais foras de série: De Bruyne, Witsel e Eden Hazard.

De Bruyne assistiu no primeiro golo e marcou o segundo. Simples? Para ele sim, mas para a equipa como um conjunto a vitória de hoje foi muito complicada, perante uma Dinamarca que parecia ter pilhas, e sobretudo vontade, para muito mais.

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O jogo a três toques

Para recordar

Eriksen nunca ficaria de fora deste jogo da sua Dinamarca. Antes do jogo, a gigante camisola dinamarquesa de apresentação tinha o seu nome e os belgas assinaram outra com o nome do jogador. Mas o momento mais marcante, e mais bonito, foi mesmo o minuto 10 do jogo (número do jogador) quando todo o estádio parou para aplaudir o craque dinamarquês. Mais do que palavras, é ver.

Para esquecer

Tirar Eden Hazard, Witsel e De Bruyne do banco é sempre um luxo, mesmo que estejam a recuperar a forma, e isso notou-se. Também se notou que na primeira parte os belgas foram incapazes de ter jogo. E, para quem é candidato à vitória final, como os belgas só podem ser, o que mostraram nos primeiros 45 minutos não é suficiente, mesmo com pedras influentes no banco. A Bélgica não soube esconder os seus pontos menos fortes, como a falta de velocidade de Vertonghen, por exemplo, e não soube explorar as vantagens, fossem elas a força de Lukaku ou a velocidade nas alas través de mudanças rápidas de flanco.

Para valorizar

Que força mental (e física) demonstram os rapazes da Dinamarca. Depois de uma derrota e, sobretudo, depois do que se passou com Eriksen, fazer a primeira parte que fizeram não era fácil. Sobretudo contra uma das seleções mais fortes do Mundo. Mas o certo é que o fizeram, negaram hipóteses aos belgas e foram perigosos no ataque, fazendo inclusivamente o segundo golo mais rápido de sempre em Europeus. Seguramente embalados pela força de querer jogar por Eriksen, os colegas do jogador do Inter deixaram tudo em campo e, quer estivessem empatados ou a perder, continuaram a procurar o golo e a baliza adversária. Podem não ter os mesmos recursos que outras seleções, mas bem que fizeram por merecer e disputar o resultado com uma candidata.