O prémio Gazeta, na categoria Multimédia, foi atribuído a dois jornalistas do Observador, João Francisco Gomes e Sónia Simões, pelo trabalho “Em Silêncio”, um conjunto de cinco reportagens que publicaram em 2019 sobre abusos sexuais na Igreja Católica em Portugal.

A decisão do júri foi anunciada esta quarta-feira, através de um comunicado do Clube de Jornalistas, que organiza os Gazeta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa. Depois de a edição anterior ter sido cancelada por causa da pandemia, este ano os prémios abrangeram trabalhos publicados em 2020, mas também em 2019 — caso de “Em Silêncio”, que foi publicado entre 10 e 15 de fevereiro de 2019.

Não é, aliás, a primeira vez que esta série de reportagens é distinguida, tendo já recebido o prémio de serviço público nos Prémios Sapo 2020 e uma menção honrosa da AMI. Além dos dois jornalistas que assinam o trabalho, como o júri recorda, “o trabalho envolveu uma vasta equipa”: João Porfírio (fotografia), Raquel Martins (infografia e mapas), Mariana Cáceres (ilustração), Nuno Neves (vídeo), Gregório Cunha (fotografia e vídeo), Tiago Couto (reconstituição de documentos), Alex Santos (webdesign e desenvolvimento), Catarina Santos (coordenação multimédia), Sara Antunes de Oliveira e Miguel Pinheiro (edição).

O prémio Gazeta de Mérito foi atribuído a Diana Andringa pela “longa e multifacetada carreira”, “consolidada na RTP”, além de ter sido presidente da direção do Sindicato dos Jornalistas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Na categoria de Televisão, o prémio foi para o jornalista da RTP João Pedro Mendonça pela reportagem “Confinado na Aldeia”, onde esteve de quarentena por decisão médica e produziu toda a peça sozinho. Em Imprensa, o distinguido foi António Marujo, freelancer, pela reportagem “A caixa de correio de Nossa Senhora”, publicada nas edições de 4 de janeiro e 1 de fevereiro de 2020 do Expresso, com base em correspondência recebida pelo Santuário de Fátima.

Quanto à Rádio, Carolina Ferreira e Miguel Soares, Antena 1, receberam o prémio por uma reportagem sobre o Brexit, a “Goodbye Europa”. Em Fotografia, o prémio foi para o fotógrafo da Lusa José Sena Goulão, pela “icónica imagem” do homem que percorreu a Avenida da Liberdade sozinho, a 25 de abril de 2020, com uma bandeira nacional pelas costas.

O Gazeta Revelação foi atribuído à jornalista do Público Andreia Friaças, pela reportagem “8 de março de 1962. A manifestação das mulheres que não está nos livros”, sobre o evento “quase esquecido nas curvas da História”. Por último, o jornal Gaiense foi distinguido na categoria Imprensa Regional, numa altura em que acaba de publicar a edição nº 1000.

O júri teve a seguinte composição: Eugénio Alves (CJ), que presidiu, Cesário Borga (CJ), Eva Henningsen (Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal), Fernanda Bizarro (freelancer), Fernando Correia (jornalista e professor universitário), Elizabete Caramelo (professora universitária), Fernando Cascais (professor universitário e formador do Cenjor), Jorge Leitão Ramos (crítico de cinema e televisão), José Rebelo (professor emérito do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa) e Paulo Martins (jornalista e professor universitário).

Pode ler aqui as cinco reportagens da série “Em silêncio”: