A subida dos preços do petróleo, que aumentaram 50% este ano, e a carga fiscal aplicada em Portugal (quase 60% do preço final) estão a levar os preços dos combustíveis para os níveis mais elevados desde 2012, ou seja, é preciso recuar quase 10 anos para ver os combustíveis tão caros. Esta segunda-feira, o litro da gasolina deverá subir um cêntimo, levando o preço médio da gasolina simples (95 octanas) para 1,66 euros. O gasóleo, por seu lado, está muito perto dos 1,45 euros – e os analistas antecipam que a tendência de subida tende a continuar.

Desde o início do ano os preços dos combustíveis em Portugal terão subido cerca de 15%, segundo as contas avançadas esta segunda-feira pelo Diário de Notícias. O jornal cita um estudo divulgado pela Apetro, a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas, que lembra que a flutuação do preço da matéria-prima só tem impacto sobre 40% do preço – o resto é carga fiscal, associada a diferentes impostos que são aplicados ao combustível automóvel.

Os preços do petróleo nos mercados internacionais superaram os 75 dólares por barril, o que leva muita gente a perguntar porque é que os preços na bomba de gasolina estão em níveis superiores aos picos atingidos em 2008, por exemplo, quando o preço do petróleo se aproximou dos 150 dólares por barril. Há que considerar aqui, também a evolução do câmbio do euro-dólar, mas a Apetro sublinha que a principal “explicação para o aumento do preço está no sobrecusto da incorporação de biocombustível e sobretudo na carga fiscal“, isto é, o ISP – Imposto Sobre Produtos Petrolíferos e o IVA – Imposto sobre o Valor Acrescentado.

O custo da gasolina já está acima daquela que foi a média do preço em 2012 – 1,64 euros, segundo a Pordata, foi o preço médio ao longo de todo esse ano. Entre 2017 e 2019 o preço médio oscilou na casa dos 1,50 euros e em 2020, primeiro ano da pandemia, a média anual baixou para 1,44 euros. Já no caso do gasóleo a média em 2012, o pico, foi 1,45 euros, sensivelmente o mesmo preço a que está a ser vendido hoje.

Mesmo não sendo, por sinal, o principal fator que dita os preços dos combustíveis no país, os analistas acreditam que à medida que “gradualmente a economia reabre, impulsionada pela evolução dos programas de vacinação” o que se nota é que o fornecimento de “não regressou aos níveis pré-covid e se os países da OPEP mantiverem a disciplina nos atuais níveis de produção o petróleo tem ainda espaço de valorização“, defende Paulo Rosa, analista do Banco Carregosa em declarações ao Diário de Notícias.

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