As ações da Benfica SAD estavam esta sexta-feira, a cair 3,81% face ao fecho de quinta-feira, depois de 379 “papéis” transacionadas e do empresário Luís Filipe Vieira ter suspendido “com efeitos imediatos” as funções como presidente do Benfica.

Cerca das 11h50 em Lisboa, as ações da Benfica SAD estavam a cotar-se a 2,78 euros, depois de na sessão de sexta-feira, terem mudado de mãos 379 ações a cotações que variaram entre o mínimo de 2,78 euros e o máximo de 2,88 euros. A transação das 379 ações da Benfica SAD geraram uma receita de 1.085 euros.Na quinta-feira, o título fechou a 2,89 euros cada.

O empresário Luís Filipe Vieira comunicou esta sexta-feira, a suspensão “com efeitos imediatos” do exercício de funções como presidente do Benfica, no âmbito da operação “Cartão Vermelho”.

O Benfica está primeiro. Perante os eventos dos últimos dias, no âmbito da operação ‘Cartão Vermelho’, em que sou diretamente visado, e enquanto o inquérito em curso puder constituir um fator de perturbação, suspendo, com efeitos imediatos, o exercício das minhas funções como presidente do Sport Lisboa e Benfica, bem como de todas as participadas do clube”, comunicou o advogado de Luís Filipe Vieira, à porta do Tribunal Central de Instrução Criminal.

O dirigente dos “encarnados” apelou ainda “a todos os benfiquistas para que se mantenham serenos na defesa do bom nome da grande instituição que é o Benfica”.

O advogado Magalhães e Silva, que representa Luís Filipe Vieira, sublinhou que uma suspensão do exercício de funções não significa uma renúncia ao cargo, com a decisão a ser comunicada “em simultâneo à comunicação social e às estruturas interessadas”.

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[Luís Filipe Vieira] está em completa serenidade, que é revelada exatamente por este comunicado, que revela, como compreendem, um sentido da responsabilidade entre a sua posição pessoal e a posição institucional e a prevalência da posição institucional sobre a posição pessoal”, concluiu o advogado, em declarações aos jornalistas.

O empresário e presidente do Benfica Luís Filipe Vieira, de 72 anos, foi um dos quatro detidos na quarta-feira numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado e algumas sociedades.

Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) estão em causa factos suscetíveis de configurar “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais”.

Para esta investigação foram cumpridos 44 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.

No mesmo processo foram também detidos Tiago Vieira, filho do presidente do Benfica, o agente de futebol Bruno Macedo e o empresário José António dos Santos, conhecido como “o rei dos frangos”.