Duas pessoas morreram na sequência de um incêndio que deflagrou, na noite desta sexta-feira, num prédio da rua Morais Soares, em Lisboa. O fogo fez também 10 feridos, 4 deles em estado grave. Os seis feridos ligeiros foram encaminhados para os hospitais de São José e de Santa Maria, em Lisboa.

As autoridades continuam a investigar para tentar perceber a causa do incêndio, mas neste momento sabe-se, segundo a RTP, que o edifício estava “sobrelotado” e que havia “muitos quartos subarrendados”. José Eduardo Matos, vogal da Proteção Civil da junta de Arroios explicou que “não era suposto o edifício ter a quantidade de pessoas que foram identificadas”, cerca de 10 foram realojadas e há duas vítimas mortais a registar.

“Não se trata de um hostel, há uma situação de subarrendamento ilegal e a prioridade é encontrar uma solução de longo prazo para as pessoas que se encontram sem habitação”, acrescentou, frisando que “esta situação não estava identificada” e que a junta desconhecia este subarrendamento.

Segundo o balanço feito no local à 1h20 manhã de sábado pelo tenente coronel Tiago Lopes do Regimento Sapadores de Bombeiros, o alerta foi dado às 22h53, com a primeira viatura a chegar ao local seis minutos depois. Ao fim de 22 minutos da intervenção dos bombeiros — um deles acabaria por ser um dos feridos ligeiros — o fogo foi extinto.

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Uma nova vítima grave, uma mulher, foi encaminhada para o hospital depois de ter sido encontrada pelos bombeiros num dos pisos do prédio. Tinha sofrido inalação de fumos.

Os outros três feridos graves, dois homens e uma mulher, foram todos encaminhados para o hospital de São José. O que inspira mais cuidados sofreu inalação de fumos, com queimadura das vias áereas.

Durante o balanço, foi explicado que uma das vítimas mortais, um homem, saltou do segundo andar, morrendo na sequência da queda. Duas outras pessoas fizeram o mesmo, ficando em estado grave, mas sem correr risco de vida. A outra vítima mortal, também um homem, foi encontrada sem vida no interior do edifício.

Há ainda registo de um bombeiro ferido sem gravidade e uma bombeira assistida por exaustão.

À hora do balanço, estavam no local 80 operacionais apoiados por 40 viaturas, em operações de rescaldo, que vão continuar a decorrer durante a noite.

O incêndio teve origem no vão das escadas, de madeira, tendo causado um efeito chaminé, progredindo pelos vários andares, e levando a que os moradores tivessem de ser retirados pelas janelas. O prédio em causa é o do supermercado Japão, no número 137 da Morais Soares. Não há danos nos edifícios vizinhos.

Presidente da República está a acompanhar evolução da situação

O Presidente da República lamentou o incêndio num prédio de Lisboa, que provocou vítimas mortais e feridos em estado grave, e está a acompanhar a evolução da situação, segundo uma nota divulgada este sábado.

Numa nota hoje divulgada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, lê-se que Marcelo Rebelo de Sousa “lamenta o incêndio urbano que deflagrou na rua Morais Soares, em Lisboa, apresentando a sua solidariedade e sentidas condolências aos familiares e amigos das vítimas mortais”.

“Aos feridos resultantes do incêndio, nos quais se incluem dois bombeiros, deseja o Presidente da República uma rápida recuperação. O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa encontra-se a acompanhar a evolução da situação”, refere-se na mesma nota.