O ex-Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva acusou este sábado o atual chefe de Estado do Brasil, Jair Bolsonaro, de ter um comportamento genocida e revelar tendência para “praticar o mal”.

“Bolsonaro não pensa em fazer o bem, apenas em fazer o mal”, disse Lula, numa entrevista à estação televisiva France 24, na qual criticou a gestão do atual Presidente no combate à pandemia de covid-19, mas também na Amazónia.

Lula da Silva acrescentou que “Bolsonaro não lidou com a pandemia, não acreditou na ciência (…), não quis comprar vacinas quando havia, não incentivou o uso de máscaras ou a permanência em casa”.

“Por isso, digo que ele é o responsável por parte dos 540 mil brasileiros que morreram. Pelo que considero que ele tem um comportamento genocida”, frisou.

O ex-Presidente brasileiro disse ainda estar convencido de que, em algum momento, Bolsonaro vai pagar pela sua irresponsabilidade e por não cuidar da saúde das pessoas, referindo que, se estivesse no lugar do atual Presidente, teria estabelecido uma série de protocolos para que os brasileiros recebessem informações fidedignas, com base em dados científicos.

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Aquele que foi Presidente do Brasil entre 2003 e 2010 mostrou-se ainda convencido de que a solução no Brasil consiste em governar para os pobres, colocando-os no centro das preocupações do Estado.

“A atitude de Bolsonaro parece fascista, por causa do seu comportamento e dos seus ataques. Ele ataca o povo, as mulheres, os negros, os sindicalistas, os ex-presidentes da República. Ele parece um ser incivilizado. Temos de ser duros com ele, porque ele é assim. Ele só se respeita a si mesmo”, denunciou Lula da Silva.

Convencido de que Bolsonaro perderá as eleições presidenciais e de que o Brasil “voltará a ser um país civilizado”, Lula da Silva disse estar convencido de que o mandato “deste Presidente genocida” está a chegar ao fim.

Lula da Silva criticou ainda a atuação do atual Presidente perante a floresta amazónica, onde acredita que a riqueza da diversidade deve ser aproveitada para gerar outras oportunidades de emprego para a região.

Contudo, Lula da Silva insistiu em que nenhum país pode dizer que a Amazónia deve ser internacionalizada ou transformá-la em “numa espécie de santuário da humanidade”, numa referência a uma proposta apresentada recentemente pelo Presidente francês, Emmanuel Macron.

Questionado sobre uma sua possível candidatura nas próximas eleições presidenciais, Lula da Silva confirmou que “quando chegar a hora”, se tiver “a mesma saúde e a mesma vontade”, será candidato.