A empresa que gere as auto-estradas britânicas está seriamente a pensar impor limites mais apertados de velocidade para reduzir a poluição. O problema surge em cidades como Sheffield, onde o tão inglês “smog” perturba a visibilidade e, mais do que isso, a saúde dos habitantes da região.

Face ao apresentado e uma vez que a muito movimentada auto-estrada M1, que liga Londres a Leeds e circunda Sheffield, para onde possui quatro saídas, passa muito próxima de habitações e de escolas, os responsáveis defendem uma redução do limite de velocidade de 70 para 60 mph (de 112,6 para 96,5 km/h) entre as 7h00 e as 19h00.

A velocidade máxima nas auto-estradas já é de 70 mph, valor que cai para 60 mph sempre que em causa estiverem veículos pesados ou outros dedicados ao transporte de bens e passageiros. Por detrás da decisão da entidade que zela pelo trânsito nas auto-estradas está um estudo realizado pelo Instituto Nacional da Saúde britânico, que determinou em 2016 que “as acelerações e desacelerações rápidas conduzem a uma utilização menos eficiente do combustível, libertando para o ambiente mais emissões nefastas”. A isto é necessário juntar o facto de, “nas zonas urbanas, o trânsito rodoviário produzir mais de 64% da poluição atmosférica”. O estudo quantifica ainda que, “no Reino Unido, são gastos anualmente 18,6 mil milhões de libras no tratamento de doenças provocadas pela poluição que existe no ar que se respira”.

A redução proposta dos limites de velocidade está longe de ser bem aceite pelos utilizadores das vias rápidas, mas o mais provável é que seja mesmo implementada, atendendo aos gastos com a saúde e às conclusões de um outro estudo a cargo das “estradas de Gales”, segundo o qual uma redução da velocidade de 70 para 50 mph permitiria reduzir a poluição emitida em 47%.

Caso o apertar do limite de velocidade avance como previsto, resta saber o que pretende o legislador fazer com os carros eléctricos, uma vez que emitem tantos poluentes a 70 como a 60 mph, ou seja, zero. Há quem defenda que os limites deverão ser iguais para todos, enquanto outros afirmam que a discriminação positiva ajudaria a promover a venda de veículos que não recorrem a motores de combustão. O que vai em linha com a vontade já manifestada pelo Governo britânico em banir os motores que queimam combustíveis fósseis a partir de 2030.

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