O juiz Carlos Alexandre aceitou a proposta de Luís Filipe Vieira para pagar a caução de 3 milhões de euros que lhe foi imposta como condição para ficar em liberdade no âmbito da investigação do processo “Cartão Vermelho”, avançou o jornal Eco e confirmou o Observador.

Inicialmente, o ex-presidente do Benfica tinha proposto pagar a caução com ações da Benfica SAD e com uma parte de um imóvel em Sesimbra, mas o Ministério Público discordou que essa proposta cobrisse o valor da caução — uma vez que o valor das ações da SAD estava dependente das oscilações do mercado.

O juiz Carlos Alexandre concordou com o Ministério Público e ordenou a Vieira que reforçasse as garantias da prestação de caução.

Vieira vai tentar reforçar as garantias da caução de três milhões de euros para conseguir liberdade

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Agora, de acordo com o Eco, o ex-presidente do Benfica propôs pagar a caução através de um conjunto de imóveis pertencentes a sociedades que estão em nome dos seus dois filhos, que totalizam 2,8 milhões de euros. Os 200 mil euros que restam serão pagos através de um depósito em dinheiro.

O ex-presidente do Benfica foi detido no dia 7 de julho no âmbito da investigação ao processo “Cartão Vermelho”, por suspeitas de alegados ilícitos criminais em negócios com valores acima de 100 milhões de euros e que terão causado “elevados prejuízos” ao Estado português, de acordo com a explicação inicial do Departamento Central de Investigação e Ação Penal.

Foram também detidos os empresários José Manuel dos Santos e Bruno Macedo, bem como o filho mais velho do ex-presidente do Benfica, Tiago Vieira.

Após uma série de interrogatórios que durou três dias, o juiz Carlos Alexandre decretou como medida de coação a prisão preventiva de Luís Filipe Vieira até ao pagamento de uma caução no valor de 3 milhões de euros. Vieira ficou também proibido de contactar com os outros arguidos do processo (à exceção do filho) e de viajar para o estrangeiro.

Ainda detido, Luís Filipe Vieira suspendeu as suas funções como presidente do Benfica. Mais tarde, renunciou definitivamente ao cargo, no qual foi substituído pelo ex-futebolista Rui Costa, até então vice-presidente do clube.