Domenico Paviglianiti, chamado o “chefe dos chefes” da máfia calabresa nas décadas de 1980 e 1990, foi detido em Madrid, esta terça-feira, noticiou a agência de notícia italiana ANSA. Um dos homens mais importantes do crime organizado da Calábria (a região mais próxima da Sicília) é suspeito de ter comandado cerca de 130 homicídios.

A detenção do homem de 60 anos aconteceu na rua, depois de deixar a casa onde vivia, e sem oferecer resistência. Consigo transportava documentação portuguesa falsa, 6.000 euros em dinheiro, a maior parte em notas de 200 euros, e um telemóvel — outros cinco foram encontrados em casa —, noticiou o jornal El País.

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Foi a justiça italiana que pediu a captura do criminoso às autoridades espanholas para que pudesse cumprir uma pena de prisão a que tinha sido condenado: 11 anos, oito meses e 15 dias, segundo a agência ANSA. Um alegado erro judicial colocou-o em liberdade, em outubro de 2019, e ele fugiu para Espanha. Terão sido as divergências no cálculo dos anos totais da pena e sobre se a execução de um crime aconteceu antes ou depois da extradição de Espanha que levaram à libertação do chefe da máfia.

É a segunda vez que o líder de um dos clãs da ‘Ndrangheta é detido em Espanha: em 1996, foi detido numa megaoperação juntamente com outros 16 membros da organização. Três anos depois de ser detido em Espanha, foi extraditado para Itália para cumprir uma pena de prisão — que deveria ser perpétua, mas que passou a 30 anos porque Espanha não admitia extradições para penas de uma vida. Mais tarde, o Tribunal Constitucional espanhol anulou a extradição, conforme solicitado pelo arguido, que alegou não ter tido oportunidade de se defender no julgamento em Itália, noticiou o jornal El País no ano 2000.

A máfia calabresa controla a maior parte do tráfico de cocaína na Europa e Paviglianiti seria responsável pelas operações no Norte de Itália e na América do Sul. Foi julgado por associação criminosa, tráfico de droga e homicídios.

Atualizado às 14h35