As reclamações contra prestadores de serviços de comunicações totalizaram 28,4 mil no segundo trimestre de 2021, menos 8% do que em igual período de 2020 e menos 28% face ao trimestre anterior, divulgou esta quarta-feira a Anacom.
Em comunicado, a Anacom – Autoridade Nacional de Comunicações refere que “esta é a primeira vez, desde o início da pandemia de Covid-19, que as reclamações diminuem, aproximando-se dos valores que se verificavam no período pré-pandémico”.
Do total de reclamações, 66% têm como alvo os prestadores de comunicações eletrónicas, que totalizaram 18,7 mil reclamações, menos 5% em termos homólogos, e menos 23% do que no trimestre anterior.
“A demora ou reparação deficiente de falhas no serviço e a demora ou não resolução de reclamações foram os motivos que mais preocuparam os utilizadores de serviços de comunicações eletrónicas, visados em 18% e 17% das reclamações do setor no segundo trimestre de 2021”, refere a autoridade.
Nas comunicações eletrónicas, a NOS foi o prestador mais visado, com 6, 5 mil reclamações, 35% das dirigidas ao setor, “tendo sido o único operador entre os mais reclamados cujas reclamações aumentaram em termos homólogos, 13%”.
A ativação de serviços sem consentimento aumentou pelo segundo período consecutivo nas reclamações contra a NOS (mais quatro pontos percentuais — p.p.), acrescenta.
A MEO foi o segundo prestador mais reclamado, sendo objeto de 5,9 mil reclamações, 32% do total, mas foi o que registou a maior diminuição (-14%), tendo a falta de transparência contratual aumentado nas reclamações contra a MEO (+4 p.p.)
A Vodafone foi objeto de 30% das reclamações do setor, 5,6 mil, uma redução homóloga de 12%, tendo aumentado as queixas sobre a reparação de falhas nos serviços (+12 p.p.)
A NOWO foi responsável por 4% das reclamações sobre serviços de comunicações eletrónicas neste período (0,7 mil), uma descida de 4%, com a demora na reparação de falhas nos serviços a ser o principal motivo de reclamação contra a operadora (29%).
Já nos serviços postais, as 9,7 mil reclamações registadas no segundo trimestre, que correspondem a 34% do total do setor das comunicações, representam descidas de 13% face ao trimestre homólogo e de 31% relativamente ao trimestre anterior.
“A falta de tentativa de entrega no domicílio motivou 21% das queixas no setor postal e foi o motivo de reclamação mais vezes mencionado pelos utilizadores destes serviços”, segundo a Anacom.
Os CTT foram o operador postal mais visado, com 86% das reclamações registadas pela Anacom neste setor (8,4 mil reclamações).
“Este prestador viu aumentar 11% as reclamações sobre os seus serviços face ao segundo trimestre de 2020, mas diminuir 31% (ou seja, -3,8 mil reclamações) face ao trimestre anterior. Nos CTT aumentaram sobretudo os problemas com o extravio (+6 p.p.)”, especifica a autoridade.
A DPD, por seu turno, registou 500 reclamações, menos 80% do que no período homólogo, com o atraso na entrega a motivar mais de um terço das reclamações (35%).
Os outros prestadores postais, no seu conjunto, foram alvo de 800 reclamações. O atraso na entrega, sobretudo de objetos internacionais, foi o motivo mais apontado (20%).