João Noronha Lopes, candidato derrotado nas últimas eleições com 34,71% dos votos, criticou este domingo de forma aberta o calendário do próximo sufrágio de 9 de outubro, não revelando ainda (de forma direta) se pensa ou não apresentar-se de novo a votos contra o mais do que provável opositor Rui Costa.
“Estamos a pouco mais de 30 dias da realização das eleições do Sport Lisboa e Benfica e não estão definidas as condições em que decorrerão a campanha e o ato eleitoral. Desengane-se quem pensa que a saída de Luís Filipe Vieira fez regressar a cultura democrática ao Benfica. A pior face do vieirismo continua bem presente, na atual Direção e no presidente da Mesa da Assembleia Geral [MAG]”, começou por apontar.
— João Noronha Lopes (@jnoronhalopes) September 5, 2021
“Um ato eleitoral não se planeia com taticismos delineados ao sabor de resultados desportivos e a democracia não se cumpre porque alguém respeitou uns prazos sem respeitar mais nada. A última eleição no clube decorreu em condições indignas da nossa história e dos nossos valores. Um ano depois, com um presidente que anunciou o início de uma era de transparência na vida do clube, é pedido aos sócios que participem numa nova eleição cujas regras serão anunciadas, na melhor das hipóteses, a três semanas do ato eleitoral”, prosseguiu o gestor, abordando também a Assembleia Geral Extraordinária a 17 de setembro.
“Desta forma afasta-se deliberadamente a possibilidade de um debate alargado e esclarecedor e omite-se a possibilidade de reflexão sobre os motivos pelos quais se chegou aqui e sobre as formas de evitar que situações idênticas se venham a repetir. O Benfica tem que deixar de tratar os momentos mais importantes da sua vida institucional como se fossem meras formalidades. O respeito pelo clube e pelos sócios medem-se em momentos como este”, concluiu o comunicado difundido por Noronha Lopes este domingo.
De recordar que, após a demissão de Luís Filipe Vieira no âmbito das medidas de coação decretadas na operação Cartão Vermelho, os órgãos sociais dos encarnados pediram a demissão em bloco na passada quarta-feira, tendo António Pires de Andrade marcado as eleições para dia 9 de outubro, ao mesmo tempo que agendou para 17 de setembro uma Assembleia Geral Extraordinária para, entre outros pontos, voltar o regulamento eleitoral e todos os demais pontos sobre novo sufrágio do clube um ano depois.