A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, anunciou uma medida que visa obrigar alguns migrantes a trabalharem se quiserem continuar a receber subsídios. Estão em causa pessoas que já recebam subsídios do Estado há três ou quatro anos e que não tenham atingido um determinado nível de conhecimento da língua, de acordo com vários jornais internacionais.

A medida, que visa sobretudo mulheres “de origem não ocidental”, dá continuidade a outras políticas que têm apertado fortemente as regras migratórias no país. Neste momento, segundo Mette Frederiksen, “cerca de 60% das mulheres do Médio Oriente, Norte de África e Turquia não estão a trabalhar”.

“É basicamente um problema quando temos uma economia tão forte, em que a comunidade empresarial exige mão de obra, e temos um grande grupo, principalmente de mulheres com origens não ocidentais, que não fazem parte do mercado de trabalho”, diz Mette Frederiksen, citada pela BBC.

“Queremos introduzir uma nova lógica em que as pessoas têm o dever de contribuir e de ser úteis”. Ou seja, “se não conseguem encontrar um emprego normal, eles têm de trabalhar para ter o seu subsídio”.

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“Durante muitos anos, prestámos um péssimo serviço a muitas pessoas ao não exigir nada delas”, acrescentou a governante. Esses trabalhos podem ser feitos em empresas, mas também, segundo o ministro do Emprego, Peter Hummelgaard, a apanhar beatas do chão.

Esta nova medida está a ser criticada na oposição. O partido de esquerda Aliança Vermelho-Verde, citado pela BBC, avisa para o “dumping social apoiado pelo Estado” que pode passar a existir, “enviando pessoas para empregos malucos”.

A Dinamarca viu cair os pedidos de asilo no país com o governo de Mette Frederiksen, que está no poder desde 2019 — apenas 851 até 31 de julho. Em todo o ano de 2015, quando atingiu um pico, houve 21 mil pedidos.