A Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu um inquérito aos incidentes em que o presidente do parlamento, Ferro Rodrigues, foi insultado por um grupo de negacionistas, no sábado, em Lisboa, foi esta segunda-feira anunciado.

Em resposta a uma pergunta da Lusa, a PGR confirmou a “instauração de inquérito que teve origem na participação dos factos por parte da PSP”, e que será da responsabilidade do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.

Segundo um vídeo partilhado nas redes sociais, Ferro Rodrigues estava a almoçar com a mulher, enquanto dezenas de manifestantes negacionistas da covid-19 o insultavam, apelidando o presidente da Assembleia da República, segunda figura do Estado, de “assassino” e “ordinário”.

A notícia foi inicialmente avançada pelo Jornal Económico e o gabinete de Ferro começou por desvalorizar o assunto.

De acordo com os registos em vídeo, no Twitter e no Youtube, por exemplo, os insultos continuaram quando Ferro Rodrigues e a mulher saíram do restaurante e se dirigiram para o carro, acompanhados do corpo de segurança pessoal do presidente a Assembleia da República.

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Uma das manifestantes, de megafone em punho, ameaçou ainda o restaurante onde o casal se encontrava, prometendo que “nunca mais nenhum cliente deste restaurante vai ter paz”.

Os insultos foram feitos por uma dezena de negacionistas da covid-19 que no sábado protestaram em frente ao parlamento com o lema “Pelas nossas crianças — Rumo à Liberdade”.

Esta segunda-feira ao fim da manhã, a PSP anunciou que iria participar ao Ministério Público os insultos proferidos contra o presidente da Assembleia da República.

A polícia não acrescentou mais informações sobre o caso, limitando-se apenas a dizer que iria apresentar ao Ministério dos Público uma queixa sobre os factos ocorridos no sábado, quando um grupo de manifestantes cercou Ferro Rodrigues e a mulher junto ao restaurante onde almoçavam.