O nome OLA Electric ainda é desconhecido para muitos, mas esta startup promete dar que falar no que toca a scooters eléctricas. E não só: para já, surpreende ao anunciar que a megafábrica que está a construir na Índia, a FutureFactory, vai recorrer apenas e só a mão-de-obra feminina. Serão criados mais de 10.000 postos de trabalho e estes só poderão ser ocupados por mulheres, no que constitui um requisito invulgar na indústria.

Os lugares de chefia na empresa serão também atribuídos a mulheres, com a OLA Electric a querer afirmar-se pela diferença no plano social. Em comunicado enviado à imprensa, o CEO da startup, Bhavish Aggarwal, confirma que o critério do género fará da FutureFactory a primeira e única fábrica do mundo a empregar exclusivamente mulheres, para mais num ramo de actividade (a produção de veículos) onde os homens costumam representar grande parte da mão-de-obra.

Em plena capacidade, a Futurefactory empregará mais de 10.000 mulheres, tornando-se a maior fábrica do mundo só com mulheres e a única fábrica de veículos no mundo cuja produção é exclusivamente assegurada por mulheres”, declarou.

“Esta é a primeira de uma série de medidas que estamos a implementar para criar uma força de trabalho mais inclusiva e oferecer oportunidades económicas às mulheres em todos os níveis”, acrescenta o CEO da OLA Electric, sublinhando que este (invulgar) critério de recrutamento permitirá “não só melhorar a vida dessas mulheres, mas também a das suas famílias e, em última análise, a vida de toda a comunidade”.

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Aggarwal explica ainda que decidiu dar o seu contributo para elevar a representação feminina no trabalho fabril tendo em conta estudos, segundo os quais “o simples facto de haver paridade na mão-de-obra pode aumentar o PIB da Índia em 27%”.

A OLA Electric vai investir mais de 100 milhões de dólares na FutureFactory e espera que de lá saiam, anualmente, 10 milhões de scooters eléctricas. Mas isso a longo prazo, pois no imediato a capacidade de produção inicial está apontada a 2 milhões de veículos, o que corresponde a 15% deste mercado, a nível mundial.

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E a moto? Valerá a pena o alarido?

A resposta dependerá dos orçamentos e dos requisitos de cada um. O primeiro modelo a sair da FutureFactory é a OLA S1, que tem duas versões, a standard e a Pro. O modelo de entrada custa, no mercado doméstico, cerca de 1150€ e anuncia uma autonomia de 121 km. A bateria de 3 ou de 4 kWh (Pro) demora 4,5 horas a carregar completamente, mas aceita carga rápida, o que permite obter energia suficiente para percorrer mais 75 km em 18 minutos.

O acumulador alimenta um motor eléctrico de 8,5 kW (12 cv e 48 Nm) que não excede os 90 km/h, passando pelos 0-40 km/h em 3,6 segundos e superando os 60 km/h ao fim de 7 segundos. A scooter eléctrica indiana também faz marcha-atrás e disponibiliza 36 litros sob o assento (permite arrumar dois capacetes), contando ainda com um ecrã táctil de 7 polegadas, soluções de conectividade e uma app dedicada, a partir da qual é possível ao utilizador controlar remotamente algumas funções ou aceder a dados da condução.

A versao Pro distingue-se, basicamente, por elevar a velocidade máxima para 115 km/h, o que lhe permite”roubar” à Simple One o título da scooter mais rápida do mundo, na medida em que o modelo da Simple Energy está limitado a 105 km/h. Mais ágil na aceleração e a usufruir de uma autonomia superior (181 km), a S1 Pro custa cerca de 1500€.

A OLA Electric, que já começou a produzir a sua nova scooter, nunca escondeu que tem ambições globais, pretendendo colocar num patamar de preços acessível a mobilidade sobre duas rodas, isenta de emissões.