Três formatos de grande público para os domingos à noite, três novelas a estrear, sinergias entre a SIC e a plataforma de streaming Opto. E ainda isto: um programa com Bruno Nogueira, que está guardado a sete chaves. Foram estas as principais novidades da programação da SIC, apresentadas na segunda-feira num encontro com a imprensa que decorreu no Parque de Monsanto, em Lisboa. Já esta terça, ao Observador, o diretor de programas da estação defendeu que a nova grelha revela “diversidade de géneros” e “uma noção clara da estratégia” da SIC.

O programa de Bruno Nogueira “está a ser trabalhado” e ainda não tem qualquer episódio gravado. “Será de cariz humorístico, mas não exclusivamente” e “marca o regresso dele ao entretenimento puro e duro”, classificou Daniel Oliveira. “Vai ter um registo em que o Bruno parece ser perfeito, no sentido em que consegue um equilíbrio entre o lado humorístico e outro não tão humorístico”, sublinhou.

O mesmo responsável não quis adiantar a data da estreia, mas sugeriu que isso só acontecerá em dezembro ou janeiro. “Optámos, nesta fase, pelo recato. Num mercado tão competitivo como o nosso, há projetos que têm primeiro de ser concretizados e só depois podem ver a luz do dia. Estamos a trabalhar no programa, veremos se vai estar no ar ainda este ano ou no arranque de 2022.”

O humorista e ator Bruno Nogueira obteve um êxito estrondoso durante os meses da pandemia, com muitos milhares de espectadores a seguirem as emissões de Instagram de “Como é que o Bicho Mexe”. Já depois, e também na SIC, foi um dos responsáveis de “Princípio Meio e Fim”. Entusiasmado, Daniel Oliveira está até “convicto de que o novo programa do Bruno Nogueira vai marcar não só a televisão portuguesa como a sociedade”.

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Mais “Agricultor” e ainda o regresso de “Hell’s Kitchen” e de “A Máscara”

De resto, o anúncio da nova grelha pareceu pouco concreto e terá servido sobretudo para que o terceiro canal marcasse posição e desse a conhecer aos anunciantes algumas linhas gerais. Não por acaso, Daniel Oliveira referiu-se à apresentação feita na segunda-feira como um “anúncio ao mercado e ao público”, ou seja, aos espectadores, mas sobretudo aos anunciantes. “Para o mercado que tem interesse em investir na SIC, é relevante saber que SIC está ser desenhada e qual a estratégia”, apontou.

Quanto à falta de referência a datas e horários de estreia, é normal e estratégica, segundo Daniel Oliveira. “Seria prematuro tê-lo feito na segunda-feira. Apresentámos propostas para o outono-inverno, pareceu-nos importante balizar este período temporal e abrir o jogo tanto quanto possível. Aliás, é pouco comum que uma estação diga logo quais são os próximos três formatos de domingo à noite.”

Esses três formatos vão ser novas temporadas do reality show “Quem Quer Namorar com o Agricultor”, com Andreia Rodrigues; do concurso “Hell’s Kitchen”, com o chefe Ljubomir Stanisic; e o concurso de talentos “A Máscara”, com João Manzarra. Não se sabe quando é a estreia. “São os três programas que tiveram os melhores resultados e em alguns casos vamos renová-los em determinados pontos”, referiu, sem outros detalhes.

No domínio das novelas, já está a ser gravada a segunda temporada de “Amor, Amor”. Há uma outra que começa a ser gravada “nas próximas semanas”. E outra que está em fase de escrita. Já a gala dos Globos de Ouro da SIC, terá mesmo como apresentadora principal a jornalista Clara de Sousa. É transmitida a 3 de outubro. A cerimónia faz 25 anos e desta vez vai “marcar uma diferença face a qualquer outra edição”, especialmente aquela que Cristina Ferreira protagonizou em 2019, quando era um dos rostos do terceiro canal.

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Com os confinamentos a TV “reforçou o papel central na sociedade”

Para Daniel Oliveira, a rentrée 2021 da SIC “é um momento que se reveste de especial relevância, porque marca o regresso a uma certa ideia de normalidade na sociedade”, após longos meses de pandemia. “A televisão reforçou o papel central na sociedade. Já o tinha aliás, mas foi ainda mais evidente neste último ano e meio”, afirmou.

Perante a análise resumida feita há dias ao Observador por José Fragoso, diretor de programas da RTP1, de que a televisão generalista em Portugal teve “picos” de audiência durante os confinamentos de março de 2020 e de janeiro de 2021, embora agora as audiências estejam “muito em linha com os períodos homólogos anteriores à pandemia”, Daniel Oliveira disse que “não é exatamente isso” que se passa com a SIC.

“O que sentimos, até por força do investimento que fizemos na Opto, a nossa plataforma de streaming que visa captar novos públicos, é que de facto os captámos e eles continuam connosco”, começou por explicar. “Também na SIC, procurámos fazer esse movimento de captar e consolidar a atenção que os portugueses dedicaram aos nossos produtos. A maioria das pessoas que começou a ver um produto de longa duração na SIC durante o confinamento não vai deixar de ver, ainda que já não haja confinamento.” Exemplo disso, citou, são as telenovelas. “Salvo exceções, há uma maioria que fica. No caso da informação, passou-se a mesma coisa. Houve um reforço de credibilidade bastante evidente.”

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Aliás, com o objetivo de captar mais subscritores para a Opto — lançada em fins de novembro do ano passado —, a SIC generalista passa agora a ser uma montra de alguns conteúdos. A plataforma de streaming do grupo Impresa tem como diretora executiva de conteúdos de entretenimento Vanessa Fino Tierno, que por sua vez integra a equipa de Daniel Oliveira.

A segunda temporada de “O Clube” vai passar na SIC enquanto a 9 de outubro a série arranca em terceira temporada na Opto. “É uma fusão entre as duas marcas, uma forma de multiplicar forças”, resumiu Daniel Oliveira. “Já o tínhamos feito com a série ‘Esperança’, do César Mourão, em que estreámos no canal generalista e depois demos a temporada completa na Opto.”