Os serviços secretos norte-americanos e a administração Trump discutiram a possibilidade de raptar e até de assassinar Julian Assange, o fundador do Wikileaks, depois de este ter revelado segredos de Estado, segundo uma investigação conduzida pelo Yahoo! News. Mike Pompeo, chefe da diplomacia na era Trump, terá estado diretamente envolvido nestas conversas.

Antes de ser nomeado secretário de Estado por Donald Trump, em março de 2018, Mike Pompeo era diretor da CIA, cargo que tinha assumido no ano início do ano anterior. Nesse ano, o quinto em que Julian Assange se encontrava refugiado na embaixada do Equador em Londres, os Estados Unidos planearam formas de se vingarem do fundador do Wikileaks pelos segredos que tinha revelado, segundo o Yahoo! News que entrevistou mais de 30 antigos funcionários norte-americanos.

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A revelação surge num momento em que os Estados Unidos continuam a pedir ao Reino Unido a extradição de Julian Assange para e é citada por jornais britânicos como The Guardian ou The Times.

Entre os funcionários entrevistados, oito descreveram em detalhe os planos de raptar Assange, incluindo o pedido de esboços ou planos sobre formas possíveis de matar o antigo jornalista. Outros planos tinham como objetivo impedir a fuga de Assange para a Rússia e incluíam potenciais trocas de tiros com elementos do Kremlin nas ruas de Londres ou chocar contra o veículo diplomático que transportasse o jornalista australiano.

Um dos entrevistados disse mesmo que em caso de tiroteio seriam os agentes britânicos a estarem envolvidos na situação, coisa que o Reino Unido terá aceitado.

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A CIA vinha promovendo uma campanha de retaliação contra o Wikileaks pelos segredos expostos, incluindo espionagem da plataforma, apreensão dos telemóveis dos membros e disseminação da discórdia entre eles.

A exposição de uma enorme quantidade de dados sensíveis da CIA, sobretudo relacionados com as ferramentas de pirataria informática “Vault 7”, em 2017, desencadeou esta sede de vingança. Mike Pompeo e outras figuras de liderança da agência “estavam completamente alheados da realidade por estarem tão envergonhados com o caso do Vault 7”, disse um oficial de segurança nacional da administração Trump.

Atualizado às 9h15