A DC Comics anunciou esta segunda-feira que o novo Super-Homem será bissexual e terá uma relação amorosa com um homem na nova edição de banda desenhada “Super-Homem: Filho de Kal-El”. O anúncio coincidiu com o “Dia de Sair do Armário”, data particularmente importante para a comunidade LGBTQI+, com o objetivo de consciencializar e discutir os problemas que a mesma enfrenta.

Jon Kent, filho de Clark Kent e Lois Lane, que herdou os poderes do pai, vai apaixonar-se pelo repórter Jay Nakamua. De acordo com o comunicado da DC Comics, depois de uma cena em que Kent está esgotado mental e fisicamente ao “tentar salvar todos os que puder”, Jay está lá para cuidar dele.

“Eu sempre disse que todos precisamos de heróis e todos merecemos ver-nos em heróis e estou muito grato que a DC e a Warner Bros partilham esta ideia”, revela Tom Taylor, escritor da série, citado pelo comunicado.

O símbolo do Super-Homem sempre representou esperança, verdade e justiça. Hoje, esse símbolo representa algo mais. Hoje, mais pessoas podem ver-se no super-herói mais poderoso de banda desenhada

Em entrevista ao New York Times, o escritor assume ainda: “A ideia de substituir Clark Kent por outro salvador branco puro parecia uma oportunidade perdida”.

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A orientação sexual de Kent não é a única forma do protagonista estar em linha com as novas exigências do público. Ao mesmo tempo, “uma das pessoas mais poderosas do mundo”, como carateriza o criador, “precisava de ter novas lutas, problemas do mundo real”. Desta forma, vai travar confrontos contra a deportação de refugiados e contra as alterações climáticas, entre outros.

Esta notícia surge na sequência da adaptação da indústria literária à comunidade LGBTQI+. Por exemplo, em março, a Marvel Comics anunciou o primeiro protagonista da série ‘Os Estados Unidos do Capitão América’: a personagem principal da primeira edição é Aaron Fischer, o primeiro adolescente gay como Capitão América a usar o escudo, símbolo e uniforme que já pertenceram a personagens como Steve Rogers e Sam Wilson.

Embora haja um número crescente de tentativas para enquadrar a mencionada comunidade nas narrativas do entretenimento, geralmente os bissexuais ainda estão sub-representados, garante Megan Townsend, investigadora na GLAAD, uma organização de defesa da representação LGBTQI+ nos media, à NBC News.

“Estamos ansiosos para ver a história de Jonathan Kent explorada à medida que ele compreende a sua própria identidade, o seu manto como Super-Homem e os seus relacionamentos”, refere. E acrescenta: “esperamos ver esta onda de visibilidade crescente de personagens LGBTQI+ na banda desenhada refletir-se nas adaptações para a TV e para o cinema”.