A Metro do Porto prorrogou por mais 30 dias o prazo de entrega das propostas do concurso público para conceção da linha de metrobus Boavista – Praça do Império “a pedido de vários concorrentes”, revelou esta segunda-feira o presidente.

“Foram vários os concorrentes que solicitaram mais prazo para desenvolver as suas propostas e nós fizemos essa avaliação. Objetivamente as matérias em causa obrigam-nos a esse cuidado e aprofundamento”, afirmou esta segunda-feira o presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto.

Em declarações à agência Lusa, à margem da cerimónia de anúncio dos vencedores da primeira fase do concurso público da nova ponte sobre o Douro que servirá o metro, Tiago Braga afirmou que a prorrogação da entrega de propostas para a linha de metrobus prende-se também com a “complexidade do projeto”.

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“Recebemos na última semana um conjunto de pedidos, muito significativo, de vários concorrentes no sentido de, tendo em consideração a complexidade, necessidade de uma resposta costumizada daquilo que é o objeto em si – estamos a falar de uma intervenção numa zona estruturante da cidade do Porto – necessitariam de mais tempo para aprofundar as suas propostas”, afirmou.

A Metro do Porto “acedeu a esse pedido” e o aviso de prorrogação foi publicado esta segunda-feira em Diário da República.

O prazo de entrega das propostas do concurso público para conceção e construção da linha de metrobus Boavista – Praça do Império já havia sido prorrogado por 15 dias em agosto, devido a pedidos de esclarecimento dos concorrentes.

À época, fonte da empresa esclareceu à Lusa que o prazo inicial de 45 dias foi prorrogado por mais 15 dias, perfazendo agora 60 dias, devido a pedidos de esclarecimento dos concorrentes.

O concurso público internacional para a conceção e construção do BRT (Bus Rapid Transit) Boavista – Império, cujo lançamento estava inicialmente previsto para 21 de maio, foi lançado em 06 de julho numa cerimónia que contou, entre outros, com a presença do primeiro-ministro, António Costa e do secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro.

Num investimento global de 66 milhões de euros suportado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o primeiro eixo de ligação por via BRT vai ligar a Praça do Império e a Rotunda da Boavista e tem um prazo de execução de 20 meses, 18 dos quais reservados à obra em si.

De acordo com a informação revelada em julho, prevê-se que a nova linha possa acrescentar à rede de metro uma média diária superior a 31 mil clientes, correspondente a mais de 11 milhões de validações ano.

A empresa acredita que até ao final do ano deverá ser possível adjudicar a obra, prevendo-se que a linha esteja em operação até final de 2023.

Assumindo frequência idênticas às do metro, o sistema BRT, com veículos articulados e lotação entre os 180 e os 220 passageiros, poderá atingir uma capacidade de transporte na ordem das 4.400 pessoas por hora e sentido.

Estes veículos terão prioridade “absoluta” nos cruzamentos e interceções com a rodovia, dado que o sistema eletrónico de balizamento e apoio à exploração ativa automaticamente toda a semaforização.

A linha Boavista – Império terá uma frequência de cinco minutos em hora de ponta e a ligação entre os dois extremos demorará apenas 15 minutos. A ligação entre as duas avenidas vai concretizar-se através de uma nova rotunda que será atravessada interiormente pelo canal de BRT. Nos extremos desta linha, nas duas rotundas já existentes – uma na Boavista e outra na Praça do Império – o canal de BRT ocupará a faixa mais central.

A frota das composições, articuladas e movidas a “pilhas de hidrogénio”, terá oito veículos, seis para operação regular e dois de reserva, cujo concurso público será lançado em outubro.

Desenvolvida ao longo das avenidas da Boavista e Marechal Gomes da Costa, a nova linha tem uma extensão de oito quilómetros, quatro em cada sentido, sendo servida por oito novas paragens: Casa da Música, Bom Sucesso, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João Barros e Império

Em julho, o presidente da Metro, Tiago Braga, adiantava que esta solução irá garantir a preservação dos elementos nucleares do eixo Boavista – Império, não só no domínio funcional, com a manutenção dos níveis de fluidez de trânsito na Avenida da Boavista, incluindo o acesso a eixos tão relevantes como a Via de Cintura Interna (VCI), como no domínio ambiental com a manutenção do corredor verde central da Avenida Marechal Gomes da Costa.

As estações localizadas ao longo desta avenida vão ser desenhadas pelo arquiteto Siza Vieira, revelou ainda Tiago Braga.