Devido às obrigações impostas pelos legisladores europeus, os construtores que comercializam veículos no Velho Continente vão ter de os equipar com sistemas que dificultam ou impedem de circular a uma velocidade acima do que é previsto para o local e afixado através da sinalização vertical. Isto significa o fim de poder fazer vista grossa aos limites de velocidade e incorrer em contra-ordenações por vezes muito dispendiosas, o que vai certamente alterar os hábitos de condução de muitos, com destaque para os utilizadores de superdesportivos, com 500 ou 1000 cv.

A partir do momento que um super Ferrari SF90, proposto em Portugal por mais de 450 mil euros, com 1001 cv e capaz de atingir 340 km/h, não puder se deslocar a uma velocidade superior à de um pequeno Dacia Sandero, que por somente 9000€ oferece 65 cv e 158 km/h, não será impossível admitir que alguns dos potenciais clientes dos supercarros possam trocá-los pelos carros voadores. E basta uma minoria dos clientes de superdesportivos, provavelmente a mais ávida por novas tecnologias e emoções, para absorver a totalidade da produção de carros com asas durante muitos anos.

Entre os veículos que simultaneamente poderiam circular por estrada e pelo ar, houve algumas propostas que fizeram uma aterragem forçada, por insuficiência técnica ou financeira. Mas há quem mantenha o rumo, como é o caso da chinesa XPeng, que propõe um desportivo de quatro rodas capaz de descolar e aterrar verticalmente, que acredita conseguir colocar no mercado já em 2024 e por apenas 157 mil dólares, cerca de 140.000€.

Uma outra proposta, que hoje já está num estágio mais muito avançado, chega-nos dos eslovacos que produzem o AirCar da KleinVision, que realizou um voo inaugural entre Nitra e Bratislava – separadas por estrada em cerca de 100 km – em apenas 35 minutos.

Haverá quem tenha dúvidas sobre o futuro dos carros/avião, mas a Mercedes e a Hyundai acreditam que o mercado da mobilidade urbana aérea poderá representar 9,1 mil milhões de dólares em 2030. E não faltará quem queira conquistar a maior fatia possível.

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