As forças militares conjuntas em Cabo Delgado anunciaram esta terça-feira ter abatido 11 insurgentes durante confrontos naquela província no norte de Moçambique.

“Em apoio às Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), a missão militar da África Austral (SAMIM, sigla inglesa) lançou uma operação ofensiva no dia 18 [quinta-feira] que resultou na morte de 11 terroristas do Al Sunnah wa Jama’ah (ASWJ)”, lê-se em comunicado.

Nove das 11 pessoas foram abatidas “numa troca de tiros” no distrito de Macomia, no centro de Cabo Delgado, enquanto outros dois foram mortos na área geral de Ninga, distrito de Nangade, no extremo norte da província.

No distrito de Nangade, que faz fronteira com a Tanzânia, “uma base foi capturada e posteriormente destruída”, acrescentou a SAMIM.

Entre os mortos, “estão dois comandantes operacionais terroristas do ASWJ: Rajabo Fiquir e Abu Quitali” e “nenhuma vítima foi registada do lado das forças do SAMIM”.

Durante as operações, as forças aliadas de apoio a Moçambique confiscaram armas, entre as quais “lançadores RPG 7, metralhadoras PKM, fuzis AK47, granadas e dispositivos eletrónicos, entre outras”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Numa análise à situação militar, o comunicado refere que ” as forças do SAMIM continuam a dominar e a perseguir os insurgentes na área operacional, uma vez que neste momento se encontram desalojados das suas bases principais a sul do rio Messalo”.

As forças conjuntas que apoiam Moçambique “continuam a criar as condições necessárias para um regresso à vida normal na província de Cabo Delgado”, conclui.

Entretanto, num outro confronto registado na madrugada de segunda-feira, em Litandacua, no distrito de Macomia, outras três pessoas morreram, disse à Lusa fonte local.

Dois supostos terroristas foram abatidos por forças locais, que do seu lado perderam um elemento.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.

Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.